Em reunião na CBF, os clubes da Série A encaminharam uma mudança na divisão de cotas do Brasileiro da Série A incluindo cotas para rebaixados, com a retirada de dinheiro dos times que terminarão à frente. Já existe um modelo de redistribuição proposto pelo Vasco em um encontro na semana passada e que conta com apoio da maioria entre os times. Haverá uma votação no meio de fevereiro para saber se será aprovado e se haverá ajustes.
Além disso, os clubes ainda discutirão propostas para a compra dos direitos internacionais do Brasileiro. Há três ofertas na mesa, mas em valores mais baixos do que as analisadas no ano passado. O processo de concorrência dentro da CBF não deu certo e os direitos deste ano não foram vendidos.
"Tem uma proposta que foi passada pelos clubes de redistribuição dos clubes. A proposta dava R$ 4 milhões para o último colocado se não me engano. A primeira proposta dava R$ 5 milhões para cada um dos rebaixados. Eu particularmente discordei. Se é para ter meritocracia, deve ser do último a primeiro", disse o presidente do Vasco, Alexandre Campello, que depois se corrigiu e afirmou que o valor do último era R$ 3,6 milhões.
Assim, por essa proposta, seria tirado proporcionalmente um dinheiro de cada um dos 16 clubes que estão à frente para distribuir essas cotas para os quatro últimos. "É justo porque eles participaram do campeonato", defendeu o presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara.
Segundo Campello, a maioria dos clubes concordou com a ideia e há "quase uma unanimidade". A mudança tem que ter maioria simples para ser aprovada entre os clubes que assinaram o contrato definitivo, já que alguns fecharam propostas em separado - são os casos do Flamengo e Athletico. Esses têm a prerrogativa de aprovar, ou não, sozinhos. Além disso, o Flamengo, em seu contrato, tem a exigência de que o campeão tem que sempre ganhar pelo menos três vezes mais do que o time com menor cota. "Flamengo sinalizou que topava", disse Campello.
Haverá nova votação no meio de fevereiro quando os clubes também vão analisar as propostas de direitos internacionais do Brasileiro. Um das ofertas é da IMG. É fato que não serão propostas com valores como os que Sport Promotion e o fundo Prudent fizeram no ano passado, quando chegaram ao valor de R$ 3 bilhões por dez anos. O modelo agora discutido será de menores montantes garantidos, e possibilidades de ganhos percentuais sobre venda do Nacional no exterior.
"Pelo que observamos do mercado, hoje, o futebol brasileiro não tem valor. A gente precisa conquistar o mercado. A gente não vai conseguir quem pague o valor alto. O ideia é conseguir alguém que consiga um valor de partida", afirmou Alexandre Campello, presidente do Vasco e da Comissão Nacional de Clubes.