A decisão do Botafogo de prorrogar as férias de jogadores e funcionários até o dia 30, seguindo o exemplo anunciado oficialmente pelo Fluminense nas primeiras horas da manhã de quinta-feira (16), esfriou a ideia da Federação e a vontade de Flamengo e Vasco de regressarem ao trabalho na próxima terça-feira, dia 21.
E, assim sendo, provavelmente, os outros dois grandes clubes do futebol carioca devem seguir o mesmo caminho - ao menos se houver bom senso.
É nítido o desconforto dos médicos na montagem do tal protocolo para o retorno ao trabalho porque, cientificamente, eles sabem do risco que representa.
Inclusive, o próprio Celso Ramos Filho, infectologista, professor de doenças infecciosas da UFRJ - amigo particular de Rubens Lopes, presidente da Ferj.
Por isso, o cuidado deles em não falar sobre a "mera" possibilidade da retomada do Estadual.
Os clubes ficaram sem receitas de bilheteria e serão profundamente impactados no dinheiro que vem do programa de "sócio-torcedor".
E estão desesperados com a possibilidade real de perderem cotas de patrocínio.
A volta ao trabalho, por mais simples que seja, gera conteúdo, ativa parte da cadeia de consumo e reaquece a relação com os seguidores.
Consequentemente, mantém ligeiramente acesa a chama no relacionamento com os patrocinadores - igualmente impactados.
Vem daí a saia justa dos médicos, que entendem as necessidades econômicas dos clubes – e da própria Ferj, que vive do dinheiro arrecadado nos jogos.
O problema é que a engrenagem envolve muito mais do que jogadores e profissionais da comissão técnica.
Há o pessoal de logística para a realização dos treinos e jogos, e colaboradores indiretos que acabam sendo impactados pelo risco.
Em tese, como têm maiores demandas a cumprir, Flamengo e Vasco parecem ser os mais impactados pelo recesso.
Mas é apenas em tese...