O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) participará da reunião desta quinta em Brasília (DF) que vai debater a questão da violência no futebol com uma pauta bastante clara: a criação de uma rede integrada de monitoramento e prevenção, que envolva Ministério Público, Ministério da Justiça, clubes, federações e torcidas organizadas. Tudo para evitar que cenas como as de domingo se repitam nos estádios brasileiros.
- O primeiro passo é criar em todas as praças esportivas o juizado especial, que existe em algumas, mas não em todas. E depois é fazer entender que todos os agentes são responsáveis pela segurança – defendeu o conselheiro do CNJ Paulo Teixeira, que também é presidente do Fórum Judiciário para a Copa.
Teixeira defende uma rede de inteligência capaz de monitorar as ações de integrantes das facções organizadas antes, durante e depois das partidas e que isso seja comunicado entre os órgãos de atuação e não só entre as polícias.
- Esta rede é importante para que as coisas possam funcionar. Hoje existe apenas uma força repressiva. Se há um tumulto no estádio a polícia vem e dispersa. E depois, o que acontece? A pessoa tem que ser identificada, responder processos criminais ou cíveis, dependendo do caso, e que cumpram suas penas caso sejam condenadas. Esse é o objetivo. Mas todos têm que estar cientes das responsabilidades: desde os órgãos públicos até federações e clubes, que não estão isentos neste processo - completou Teixeira.
Além do CNJ, também foram convidados pelo Ministério do Esporte para debater a questão representantes do Ministério da Justiça, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), das federações e dos clubes de futebol.