O desligamento do executivo Rodrigo Caetano do gerenciamento dodepartamento de futebol do Vasco, consumado nesta terça-feira, porconta de divergências na administração das divisões de base,devolveu à tona uma questão no mínimo polêmica: o contrato entre o clube e o Centro de Treinamento VRP, em Itaguaí , de propriedade doagente de futebol, Pedrinho Vicençote, ex-jogador vascaíno e amigo particular do presidente Roberto Dinamite.
A informação não oficial dá conta de que o empresário terá direito a 10% dos direitos econômicos de todos os jogadores amadores federados pelo clube durante a vigência do contrato.
Confesso não ter entendido muito bem essa versão que circula de boca em boca por São Januário.
Mas, até onde pude compreender, quando, anos mais tarde, o garoto já profissionalizado tiver seus direitos federativos negociados, o Vasco terá que repassar para o empresário 10% do valor obtido com uma possível venda.
Uma espécie de indenização pela utilização das dependências do VRP por dois anos.
O acordo parece ter validade até a construção do próprio CT vascaíno, em Maricá, no final de 2012.
Com sinceridade, não me parece um bom negócio, ao menos para o Vasco.
Principalmente, porque, segundo informações de representantes de alguns jovens atletas e até mesmo de profissionais que servem às categorias de base, a distância do CT em questão desgasta e dificulta o trabalho, antes realizado em campos alugados em bairros mais próximos.
É preciso que a diretoria vascaína jogue um pouco de luz sobre esta relação e esclareça, ao menos para seus sócios e torcedores,alguns pontos deste \"precioso\" acordo.
Lá atrás, em novembro de 2010, eu avisei que esta parceria poderia trazer um certo desconforto à administração RobertoDinamite.
E citei o desgaste que o igualmente ídolo Zico passou à frente do futebol do Flamengo muito, em parte, por conta do trato com as divisões de base do clube.
Pelo jeito, o eterno ídolo vascaíno deu de ombros para o aviso...