Categorias de base

Colunista rasga elogios para o time sub-15 do Vasco

Rio de Janeiro, 5 de novembro de 2011. Sábado ensolarado, sem chuvas, mas com a temperatura amena, em torno dos 20 graus. Fluminense e Vasco se preparam para decidir o título carioca sub-15, mas a decisão passa quase despercebida da população em geral. O Estádio das Laranjeiras, palco da decisão, recebe, numa conta grosseira feita com o olho, um público de 3 a 4 mil pessoas. A maioria, é claro, de tricolores, que ficam nas sociais balançando balões devidamente estilizados para incentivar o time. Os vascaínos ficaram quase todos do lado oposto, mas também eram bastante barulhentos. Quando cheguei no estádio, as 14h30 – uma hora antes do jogo -, a movimentação já era grande.

Como se tratava de uma decisão disputada por adolescentes, o ambiente era bastante familiar. Na torcida, estavam pais corujas, irmãos corujas, avós corujas, namoradas, além, é claro, de empresários. A maioria deles com o telefone celular na mão, sempre na resenha com alguém importante. Os dirigentes da base do Fluminense estão todos lá. Fernando Simone, supervisor, Klauss Lopes Câmara, coordenador, vários conselheiros e boa parte da equipe sub-17 que havia sido campeã em cima do próprio Vasco pela manhã. Jogo difícil, decidido nos pênaltis. Converso rapidamente com o goleiro André, herói na disputa por pênaltis ao defender a cobrança de Julen Sandy. “Já sabia como ele cobrava, porque ele jogava aqui no Fluminense antes”, disse. No Flu, achava-se que o sub-17 era mais difícil e que a chance maior estava no sub-15, porque os times tinham a mesma idade – no sub-17 o Vasco tem uma geração /94 forte, enquanto o tricolor jogou com um time formado por uma maioria de garotos /95.

Dentro de campo, as duas equipes se equivaliam e contavam com nove jogadores da seleção brasileira sub-15. O Fluminense, vencedor do segundo turno, tinha uma equipe mais leve, com alguns jogadores muito técnicos no meio-campo, além de Robert, que atua no sub-17, mas voltou à sua categoria para a decisão. Trata-se de um jogador acima da média, rápido, técnico e driblador. Outros que se destacam são Kennedy, Walney e Daniel, este último um meia rapidíssimo que fez boa partida. No Vasco, a força do volante Baiano impressiona, assim como a tranquilidade que Matheus Índio demonstra com a bola no pé armando o time, além do trio formado por Danilo, Lauder e Mosquito, perigosíssimo.

Começa o jogo, e o Fluminense domina. Robert, com um vasto repertório de dribles, desestabiliza o sistema defensivo do Vasco, que tem muitas dificuldades para manter o placar inalterado. Em uma das jogadas, o camisa 10 tricolor deu um drible fantástico em Foguete e rolou para trás, mas a finalização saiu torta, para fora. Os vascaínos pareciam acuados e não conseguiam articular jogadas, pois o ataque se movimentava muito pouco. A primeira grande chance criada foi já aos 30 minutos com Mosquito e Lauder, que desperdiçaram duas vezes.

Logo depois, saiu o primeiro gol. Robert, sempre ele, foi cercado por três vascaínos na direita, mas ainda assim fez belo passe para o lateral direito Andrey, que cruzou para Bonilha empurrar para o gol vazio. Gol merecido e festa na arquibancada, que durou pouco tempo, pois Matheus Índio, jogador mais acionado do time, em cobrança de falta despretensiosa, empatou a partida. O Vasco ainda acertou uma bola na trave com Lauder, e a etapa inicial terminou com um leve domínio dos cruzmaltinos, que contaram com a sorte para sair de um momento difícil. No Flu, tanto o time quanto a torcida pareciam sentir o gol de empate.

O segundo tempo foi mais equilibrado. O Fluminense perdeu Daniel e Walney, ambos por contusão, e já não conseguia atacar com a mesma força de antes. O Vasco, por sua vez, defendia melhor, mas criava pouco. O juiz da partida ainda expulsou três jogadores: Danilo e Caio Faier, do Vasco, e Matheus Barbosa, do Fluminense. O que deixou a partida mais aberta, e o Vasco aproveitou: Thiago Mosquito escapou em bela jogada pela direita e cruzou para Choco se antecipar ao bom goleiro Marcos, empurrar para as redes e sair para comemorar provocando a torcida do Fluminense. Era o gol do título, que Robert ainda tentou impedir com algumas jogadas individuais, mas não conseguiu.

Os vascaínos comemoraram muito a conquista. Após a partida, o sentimento era de superação total. O coordenador da base do clube, Humberto Rocha, lembrou que Cássio Alves de Barros, hoje técnico da equipe, foi seu atleta na base do próprio Vasco há pouco mais de 20 anos. “Antes do jogo, falei pra ele: estamos juntos em mais um jogo decisivo, e isso é incrível”. Cássio, que foi revelado pelo clube no fim dos anos 80, disputou o Mundial Sub-20 de 1989 e atuou nos profissionais do clube no início da década de 90. Dirigentes tricolores ainda acusaram alguns vascaínos de terem provocado a torcida após o apito final.

No fim, pode-se dizer que o título ficou em boas mãos. Afinal de contas, jogar no campo do adversário, sair em desvantagem e virar a partida é um feito digno de nota. E o Vasco, mais que isso, mostrou jogadores talentosos, como Matheus Índio e Danilo. Mas o Fluminense mostrou que o trabalho na categoria também vem sendo bem realizado e que os profissionais, no futuro, poderão colher esses frutos. E isso importa mais do que um título sub-15 que certamente ficará marcado na vida dos garotos, mas não pode ser parâmetro definitivo para nenhuma análise.

Fonte: Olheiros.net
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