Para qualquer setorista é interessante que o clube que cobre esteja bem nas competições, é sempre uma garantia de espaço maior. Mas às vezes, quando a crise é grande, o espaço do jornalista também cresce. Foi o caso do Vasco, que teve um 1991 muito difícil e muitas histórias curiosas. Como a de Bebeto.
Em 90 e 91, o ex-rubro-negro pagou todos os pecados em São Januário. Vivia machucado, e eram lesões sérias, de músculo. Não conseguia completar três jogos. E andava bravo com os jornalistas, porque a mídia começou a fazer o que faz hoje com Ronaldinho Gaúcho: calcular quanto custava ao Vasco cada gol de Bebeto, cada jogo, cada passe, etc.
Até que um dia, perto do fim do ano, os médicos do Vasco resolveram levar Bebeto ao maior especialista em músculo do mundo, um médico em Los Angeles, EUA. Todos imaginavam que haveria alguma cirurgia, ou algum tratamento longo. Mas Bebeto não precisou mais do que uma consulta para detectar o problema.
O médico mandou Bebeto fazer alguns exercícios de alongamento. E aí descobriu que o craque não alongava antes de treinos e jogos. Ou, se o fazia, fazia de modo errado, sem forçar o suficiente, sem esquentar a musculatura adequadamente para o esforço.
Bebeto recebeu um manual com tudo o que deveria fazer em termos de alongamento, antes e depois dos jogos. E nunca mais teve uma lesão grave de músculo ao contrário, teve um belo 92 no Vasco e no La Coruña, foi campeão do mundo em 94, brilhou em 98, etc.
E a preparação física do Vasco ficou nos conhecidos palpos de aranha