Gol de mão de Jô. Cadê a ‘atitude de homem’, que o corintiano elogiou, de Rodrigo Caio? Vergonha!
"Eu me joguei na bola, não deu para ver. Não sei se a bola ia entrar, eu me joguei, agora não sei onde bateu. Se vocês (jornalistas) pararam, tiveram que analisar, o juiz não tem tempo para isso.
"Se eu tivesse convicção (do toque de braço), eu ia falar. Eu me joguei, tanto que fui parar dentro gol. Então não tinha como falar. Eu me joguei, aí o árbitro vai interpretar se foi mão ou não... Ele deu o gol, então não foi. Eu falei para o Ramon que eu me joguei. Jogo assim que a bola está difícil de entrar, uma oportunidade... Eu me joguei, não sei onde a bola bateu."
"O juiz interpretou que não foi, então foi bom para a gente. O importante é a vitória suada, os três pontos", tinha a coragem de comemorar.
Essa foi uma das explicações mais absurdas no Campeonato Brasileiro de 2017. O experiente Jô sabia que marcou o gol da vitória do Corinthians contra o Vasco com o braço direito. O lance foi limpo, não há dúvida alguma. Mas mesmo assim, ele fez questão de desmentir. Não era preciso a esta altura de sua carreira.
Ainda mais ele, que esteve envolvido em polêmica envolvendo Rodrigo Caio no Campeonato Paulista. Em plena semifinal, contra o São Paulo, na primeira partida, no Morumbi, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira errou. E acreditou que Jô havia chutado o goleiro são paulino Renan Ribeiro. Deu cartão amarelo ao corintiano. Seria o terceiro, o tiraria do jogo decisivo da semifinal. Só que Rodrigo Caio chamou o árbitro e falou que foi ele quem fez a falta.
"Parabéns para o Rodrigo Caio, que teve atitude de homem", elogiou Jô.
O fair play do zagueiro provocou uma discussão feia com Rogério Ceni. Tite convocou o jogador e ainda o elogiou publicamente. "Talvez o Rodrigo Caio sejam pessoas melhores do que eu", disse Ceni.
Fabio Carille também não admitiu o que todos viram. O gol de mão de Jô, em Itaquera.
Sua opinião sobre o lance foi decepcionante.
"Existe (honestidade no esporte) e, para a melhoria do futebol, isso tem que existir cada vez mais. Tem muita gente em dúvida. Vi gente balançando a cabeça dizendo que a bola já estava dentro... Vi gente achando que a bola não tinha entrado... Olha a dúvida que existe no lance! Como o Jô poderia saber se a bola estava dentro? Tem lances e tem lances...", dizia o jovem treinador.
Jô teve de analisar o seu gesto de 'esperteza' com o gol de Maradona com a mão contra a Inglaterra, em 1986.
"Ali, ele fez para sacanear", foi sua resposta.
O goleiro uruguaio, Martin Silva conseguiu ser certeiro.
Irônico, mandou recado ao zagueiro são paulino.
"Rodrigo Caio, que tem fair play, briga para não cair.
Quem faz gol de mão vai ganhar o título."
"Alguns jogadores do Corinthians saíram de campo envergonhados. Eles mesmo estavam falando que foi gol de mão. O que a gente vai fazer? Vai poder voltar atrás? O que espero é que essas coisas não voltem a acontecer. Espero que se cobre e puna o árbitro que está a dois metros do lance e não vê a mão", desabafava, Eurico Brandão, filho de Eurico Miranda, vice de futebol.
Com o gol irregular, que garantiu a vitória corintiana, o time de Jô voltou a abrir dez pontos do Grêmio. O Corinthians tem 53 pontos contra 43 pontos da equipe gaúcha, que perdeu com seus reservas para a Chapecoense, em Porto Alegre. E está a 12 pontos do Santos. Levir Culpi também utilizou equipe mista contra o Botafogo e foi derrotado.
O árbitro Elmo Alves Resende Cunha validou o gol ilegal.
E Jô se calou depois de usar a mão para marcar.
Não quis saber de fair play.
Essa é a postura comum no país que vivemos...