A expressão camisa 10 cria na cabeça do torcedor uma associação imediata com um ídolo, um jogador clássico, ofensivo, capaz de decidir as partidas. No Vasco, ela é remetida a Roberto Dinamite, atual presidente que a imortalizou como jogador. Desde então, a idolatria passou por outros números na camisa cruz-maltina, mas o 10 pode ser novamente exaltado com Diego Souza. O jogador, que ontem assinou contrato por quatro anos com o clube, será apresentado hoje, às 17h30, em São Januário.
Desde 2005, com Morais, na época visto como grande promessa das divisões de base, o Vasco não tem um jogador com potencial para preencher as funções de um camisa 10 que use o número às costas.
Edmundo, ovacionado pelos vascaínos, chegou a usá-lo em 2008, mas, além de ser atacante, não teve o mesmo sucesso de outros tempos e o time acabou rebaixado à Série B do Brasileiro. A partir de 2009, quando o clube passou a adotar a numeração fixa para os jogadores, a missão ficou ainda mais difícil.
Talvez o jogador que tenha passado mais perto disso foi o meia Carlos Alberto, que, por superstição preferia utilizar a 19, número com o qual foi campeão mundial pelo Porto (POR). Ano passado, por exemplo, os atacantes Dodô e, posteriormente, Zé Roberto foram os donos do número mais popular do futebol brasileiro, mas deixaram o clube pelas portas dos fundos.
Nos últimos anos, a situação chegou a tal ponto que até o volante Perdigão, em 2007, vestiu a camisa 10. A banalização do número pode, enfim, ter um ponto final com Diego Souza. O jogador, que quer reencontrar seu bom futebol, se mostra empolgado com a missão.
Estou bastante feliz em vestir a camisa do Vasco, um time de muita tradição no nosso país. Venho para junto com os meus companheiros poder ajudar o nosso clube na busca por títulos disse ao site oficial.
O espaço do camisa 10 no novo vestiário do Vasco ele já tem. Agora, só precisa encontrar lugar no coração dos vascaínos.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)