A folha do currículo pode estar amassada, meio amarelada por falta de uso, mas o que está escrito nele ainda não foi apagado pelo tempo. Vanderlei Luxemburgo estreia neste domingo à frente do Vasco, às 19h, contra o Avaí, em São Januário, como um dos técnicos mais vencedores que já passaram pelo no clube. Depois de muito tempo, o time da Colina volta a ter um treinador de ombros mais largos para suportar a (enorme) pressão que virá pela frente.
São 23 títulos oficiais de Primeira Divisão. Os últimos técnicos multicampeões que trabalharam em São Januário haviam sido Joel Santana, pela última vez em 2014, e Antônio Lopes, a mais recente em 2008. Na época, o Natalino somava 20 troféus na prateleira. Já o Delegado, 12.
Isso representa, para o Vasco, ter alguém capaz de lidar com a instabilidade do departamento de futebol — o clube está sem diretor na pasta há 13 dias. O presidente Alexandre Campello, quando contratou Luxemburgo, procurava alguém que fosse experiente e vencedor. O dirigente tem inclusive ouvido o treinador a respeito de possíveis gestores para assumir a cadeira que era de Alexandre Faria.
Contra o Avaí, Luxemburgo tenta inicialmente trazer a confiança de volta. O recorrente discurso de valorização do passado de títulos do Vasco, pulando o retrospecto recente de fracassos, parece até uma defesa de si mesmo. São cinco títulos brasileiros, uma Copa América com a seleção. Neste domingo, quer mostrar que o currículo ainda pode crescer.
Em termos táticos, Vanderlei Luxemburgo não deve ser ousado na primeira partida à frente do Vasco. Escalou o time no 4-3-3 que foi usado durante quase toda temporada. A principal mudança é a entrada de Andrey no meio-campo, no lugar de Raul. É um pedido antigo de parte da torcida e deve dar mais opções ofensivas à equipe.
Mas o que o treinador realmente trouxe de novo para a estreia foi o retorno de Yago Pikachu à lateral direita, sua posição de origem. Luxemburgo preferiu deixar Raul e Cláudio Winck no banco de reservas e recuar Pikachu, que vinha atuando como atacante.