A eleição do Vasco foi novamente anulada. Dessa vez a decisão liminar foi proferida pelo juiz André Pinto, da 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O magistrado ratificou a decisão anterior da juíza Gloria Heloiza Lima da Silva, da 28ª Vara Cível, mantendo as datas do novo pleito para os dias 8 e 17 de dezembro. Além de recorrer da decisão, o clube possui três recursos em segunda instância que serão julgados. Portanto existe otimismo por parte de alguns membros da diretoria de que a liminar caia outra vez.
Entretanto, a nova decisão que anulou a eleição rebateu dois argumentos usados pelo clube na tentativa de derrubar a liminar. O primeiro é de que a fraude no pleito não interferiu no resultado do vencedor, já que a Chapa Azul, de Eurico Miranda, foi derrotada. O juiz entendeu que as irregularidades comprometem a legalidade e a moralidade da eleição.
“O resultado das eleições que se pretende anular não pode servir de obstáculo para o restabelecimento da idoneidade do processo eleitoral. Constatadas irregularidades, deve ser renovado, sob pena de se estar consentindo com vício que inquina todos os princípios comezinhos de direito envolvidos.
O Poder Judiciário tem a missão de inibir toda e qualquer forma de abuso e ilegalidade que comprometa a legalidade, a moralidade e a impessoalidade no processo eleitoral, a fim de repelir toda e qualquer forma de interferência no processo democrático que comprometa sua legalidade”.
O segundo ponto que chama a atenção na decisão do juiz André Pinto é de que a Justiça estaria se entrometendo na política do clube.
“Não se trata de um intervencionismo, mas de cumprimento de preceito que impõe a função constitucional do Estado como agente normativo e regulador das atividades que lhe é submetido a tutelar”.
Nova decisão, velhas dificuldades
Com a eleição anulada, o presidente Alexandre Campello e toda a diretoria voltam a ocupar o cargo de forma interina. Com isso velhas dificuldades retornam a pauta do Vasco. Uma delas é a obtenção do empréstimo de R$ 38 milhões. O acordo já está firmado, faltando apenas detalhes burocráticos para o dinheiro cair na conta. No entanto, essa instabilidade política pode causar alguns problemas com a Rede Globo, que depois de muitas negociações, aceitou dar as garantias de pagamento, respaldadas pela legitimidade das ações da diretoria.
Além do empréstimo, a liminar pode atrapalhar algumas negociações em andamento com patrocinadores. O Vasco está com conversas avançadas com a empresa JJ Invest. O acordo pode inclusive ser selado nesta terça-feira. Entretanto com a anulação da eleição, a parceria possa esperar um pouco mais para sair do papel, já que o tempo de contrato vai até dezembro de 2019.