O primeiro jogo da semifinal entre Flamengo e Vasco terminou empatado e quem perdeu foi o bom futebol. O ‘espetáculo’ de pancadas, jogadas ríspidas e provocações extrapolou a esfera do anel do Maracanã. Incitados pelas cenas de violência em campo, os torcedores deram trabalho aos policiais na saída do estádio e o fato levou o comandante do Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (GEPE), o tenente-coronel João Fiorentini, a pedir para os jogadores darem exemplo em campo na segunda partida, domingo, também no Maracanã.
— Eu faço um apelo aos jogadores de Vasco e Flamengo: tenham “fair play”. Isto é um jogo de futebol e não uma guerra. Eles têm que entender que não são inimigos. Amanhã, podem estar no mesmo lado, vestidos com a mesma camisa. Os jogadores precisam saber que as atitudes que eles tomam em campo têm reflexo na arquibancada — disse Fiorentini.
Ao todo, o efetivo de policiamento dos órgãos envolvidos no esquema de segurança prevê um efetivo de 1.622 homens no domingo para um público estimado em 50 mil pessoas. Fiorentini revela que foram destacados mais 70 policiais de seu grupamento para dentro do estádio, que terá, ao todo, 400 policiais, auxiliados por outros 425 seguranças contratados pelo consórcio que administra o estádio. O restante do policiamento será realizado por 353 policiais militares do 4º BPM, 326 agentes do controle urbano da Guarda Municipal, além de policiais civis, orientadores de acesso, seguranças do Metrô a agentes de trânsito.
— No último domingo, a diferença foi nítida. Na entrada do jogo, o clima estava ótimo, mas, na saída, parte da torcida estava alterada e o clima já ficou ruim. Felizmente, conseguimos conter os ânimos e não tivemos incidentes — disse Fiorentini, que terá cuidado redobrado na chegada das torcidas ao estádio no domingo:
— Vamos redobrar a atenção na entrada, porque este jogo será a continuação do primeiro. Se em campo o jogo fosse tranquilo, teríamos um clima mais ameno. Conversamos com as torcidas organizadas que não estão sob punição e alertamos para andarem na linha, para que não sejam punidas também. Nós sabemos que ninguém gosta de perder, porque é ruim para a história do clube, para a carreira do jogador... Mas somente um vai passar à final e vida tem que seguir em paz.
Para a outra semifinal, entre Botafogo e Fluminense, no Engenhão, o policiamento será bem menor e reunirá, ao todo, 476 policiais. A expectativa de público é de 25 mil.
— É um estádio que tem menor capacidade, metade da prevista para o Maracanã,e, por isso, demanda menor número de policiais na parte interna. O transporte público não é muito favorável, mas o clima para a partida não está ruim, como esteve no jogo entre Vasco e Fluminense, quando houve recorde de prisões — lembrou Fiorentini.