Este fim de semana, tivemos um lance de impedimento claro no jogo Vasco e Grêmio que só foi marcado depois da defesa do goleiro Paulo Victor, que quase se lesionou gravemente no lance. O atacante Cano estava muito impedido.
Quem estava assistindo ao vivo não precisou nem de replay. O bandeira que estava precisamente na linha do penúltimo defensor e de frente para o lance tinha certeza que o Cano estava impedido. Tanta certeza que ele quase nem acompanha a corrida do Cano, doido pra levantar a bandeira.
Não levantou porque supostamente existiria uma orientação que em lances de possível gol, os bandeiras teriam que esperar a conclusão da jogada para marcarem o impedimento.
Isso faz sentido em lances difíceis para evitar que um gol seja anulado por impedimento mal marcado por questão de poucos centímetros. Mas para lances fáceis, em que o bandeira tem certeza do impedimento, a suposta orientação não faria nenhum sentido.
Falei com Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de Árbitros da CBF, para saber se a orientação havia mudado da minha época de árbitro. Na Copa, a orientação era clara para os bandeiras: “Se tiver 100% de certeza do impedimento, levanta a bandeira logo e marca o impedimento.”
Fui atrás do protocolo do VAR para saber se lá haviam mudado a orientação. E não mudou nada! Lá está escrito: “Árbitros Assistentes devem sempre tomar uma decisão. No entanto, se um jogador está dentro da área penal e está prestes a marcar e há uma DÚVIDA REAL sobre o impedimento, adiar o sinal da bandeira pode evitar um grande erro que não pode ser corrigido se o jogo for interrompido.”
“Se o assistente tiver 100% de certeza do impedimento, ele não precisa esperar a conclusão da jogada para marcar.” afirmou Gaciba.
Acabou a polêmica! Bandeiras não tem nada que esperar para marcar impedimentos claros. Está na regra, no protocolo do VAR e agora, de uma vez por todas, esclarecido nas orientações.