Durante o segundo tempo do jogo Vasco 2 x 0 São Paulo, ontem, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, o árbitro Anderson Daronco paralisou a partida por conta de cantos homofóbicos da torcida do Vasco. O assunto foi tema de debate na edição de hoje do "Expediente Futebol", do Fox Sports. Na opinião de Felipe Facincanni, os gritos caracterizam mais uma tiração de sarro que uma discriminação de fato.
Para o comentarista, há uma linha tênue entre tiração de sarro e discriminação, que deve ser analisada com cuidado. Facincanni citou alguns exemplo do que, em sua opinião, é discriminação social ou racial.
"A gente tem que entender qual é a linha tênue entre uma brincadeira, uma tiração de sarro - que até pessoas que são homossexuais brincam uns com os outros com palavras que costumeiramente a gente tende a achar, agora, que são ofensivas - e quanto que isso é realmente uma discriminação social, racial, que aí, para mim, qualquer tipo de brincadeira já ultrapassa o limite. Para mim, a discriminação, a palavra 'fobia', o racismo, é quando você, em uma questão cultural impede ou bloqueia qualquer tipo de direito igual, humanitário, a um ser humano por uma opção. Seja abrir uma conta no banco, um emprego, uma questão social, de casamento, enfim. Acho que isso extrapola qualquer tipo de direito", disse.
No entendimento de Felipe Facincanni, cantos como praticados ontem pela torcida do Vasco se encaixam mais na categoria "tiração de sarro", uma forma de tentar desestabilizar o time adversário.
Geralmente no futebol, isso tem sido mais uma brincadeira para tentar desestabilizar. Para mim, passa batido. Eu tenho essa visão. Eu não sou homofóbico, não sou racista, muito pelo contrário. Se a gente então transformar o 'time de v...' em 'time de palhaço, o palhaço vai se sentir ofendido. Então, eu parto por esse lado, que é mais uma tiração de sarro do que uma discriminação de fato, uma coisa odiosa. Respeito a opinião de todo mundo, espero que tentem compreender a forma que eu enxergo. Só isso", completou.