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Comentaristas avaliam desempenho das equipes na Série B

Antes do início da edição 2022 da Série B do Campeonato Brasileiro, a alcunha de "maior Série B de todos os tempos" ganhou força pelas equipes que a disputariam. Campeões nacionais, de Libertadores e até mundial reforçavam a ideia de muita tradição envolvida na luta pelo acesso à elite do futebol nacional.

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No entanto, perto do fim do primeiro turno, a realidade dentro de campo mostra nível técnico abaixo do esperado, comprovado pelos números. Com 17 rodadas disputadas, a edição 2022 tem a pior média de gols da história dos pontos corridos da Série B (desde 2006). Até aqui foram 304 gols marcados, média de 1,79 — a única edição abaixo dos dois gols do média.

Além disso, chama a atenção o alto número de empates. Das 170 partidas até o momento, 59 terminaram em igualdade, o que representa mais de um terço dos jogos (34,7%). Destes empates, 28 foram sem gols. A título de comparação, a Série A do Brasileirão acumula 51 empates em 16 rodadas, mas com apenas 13 resultados terminados em 0 a 0.

O baixo desempenho em campo reflete em alguns discursos sobre a competição. No Rio Grande do Sul, o vice-presidente de futebol do Grêmio, Denis Abrahão, frequentemente comenta as atuações do próprio time e dos concorrentes.

A Série B é isso aí. Tu não vê um jogo bom na segunda divisão. O jogo hoje foi horroroso, ruim de novo. Tem que ser realista. Eu não vi Vasco x Sport, mas deve ter sido um 'peladão' também. Essa é a verdade, o torcedor está vendo" — Denis Abrahão, vice de futebol do Grêmio, após jogo contra o Bahia

Entre a promessa da maior Série B de todos os tempos e o que é apresentado em campo, há muito assunto para debate. Por isso, o ge procurou comentaristas do Grupo Globo para opinarem sobre o desempenho das equipes e a qualidade da competição até o momento.

Veja abaixo as opiniões:

Alexandre Lozetti

Pode ser a Série B de maior tradição em todos os tempos, pela presença de três grandes clubes do futebol nacional. A mais pesada, robusta, de maior atenção. Mas não é a melhor nem a mais equilibrada, tampouco pode-se dizer que a mais importante. Em geral, o nível técnico da Série B costuma ser baixo, e isso se repete em 2022, pela visão de que se trata de uma competição transitória. Isso resulta em projetos de curto prazo, elencos que se remontam ao longo do torneio, treinadores contratados sem uma ideia sólida por trás, sem falar na quantidade de longas viagens e do pouco descanso entre um jogo e outro em gramados quase sempre horríveis. São times que, em sua absoluta maioria, entram em campo tendo como objetivo A, B e C o resultado. Quase nada se desenvolve na Série B.

Cabral Neto

A expectativa gerada pela Série B desse ano foi absolutamente natural, nunca houve uma disputa na segunda divisão do Campeonato Brasileiro com tantos clubes de peso. O Brasil segue olhando com muita atenção para o torneio. Essas agremiações gigantes causam enorme interesse, mas os jogos são, em sua imensa maioria, muito pobres tecnicamente.

Essa Série B é destaque pela performance defensiva dos clubes. É quase unanimidade que as equipes seguem sendo mais elogiadas por seus rendimentos na marcação e sofrem críticas contundentes sobre o desempenho ofensivo. Quando você soma essa qualidade com essa deficiência em quase todos os times, não dá para se surpreender com a baixa média de gols.

Essa força defensiva das equipes vem sendo bem representada no equilíbrio da pontuação. No ano passado, nessa mesma rodada, a distância entre o 5º colocado e o primeiro time na zona de rebaixamento era de 14 pontos. O Sampaio Corrêa tinha quase o dobro da pontuação do Vitória (29 a 15). Hoje essa distância é de apenas sete pontos (25 a 18).

Dá para dizer que essa Série B é a maior de todos os tempos pelo tamanho de alguns clubes envolvidos na disputa. Dá pra dizer que é a Série B mais equilibrada de todos os tempos, mas não dá pra dizer que é a mais qualificada tecnicamente.

Paulo César Vasconcellos

O que acontece até o momento com essa Série B é que várias equipes ficaram abaixo das expectativas criadas pelo desempenho anterior na própria Série B. Equipes que não conseguiram o acesso, mas foram muito competitivas estão tendo rendimento que não era esperado em 2022. CRB, CSA, Guarani, Náutico, só aí são quatro times que se repetissem a performance da Série B anterior transformariam a atual em mais estimulante.

O que estamos vendo nesse 1º turno é a formação de um bloco mais acima, Cruzeiro, Vasco, Bahia, Grêmio e Sport, Tombense e Criciúma passando perto. A continuar com esse nível, a Série B terminará sem surpresas. A grande questão é se em 2022 haverá um clube como o Botafogo, que chegou a ocupar a 14ª posição, deu uma arrancada e terminou como campeão. Entre a expectativa criada pela performance de algumas equipes na temporada anterior e o que estamos vendo, houve uma queda.

Mas dizer que os jogos da Série B são todos ruins, é uma questão que temos que ampliar a discussão. Cada vez mais o técnico brasileiro joga para obter resultado. Essa Série B já teve 11 técnicos demitidos, sem terminar o 1º turno, porque não obtiveram resultado. Se não obtiver resultado, não adianta. O técnico em atividade no Brasil, seja da nova geração, da média ou da mais rodada, só pensa que precisa vencer. 

Pelo modelo que temos na administração dos clubes, fazer uma equipe jogar bem é uma consequência do resultado e não o contrário. Ou seja, o time joga bem, o resultado vem. Abre-se mão da possibilidade de ter um bom desempenho porque o que importa mesmo para dirigente, torcedor e muitos analistas, é o resultado.

Sérgio Xavier Filho

Fico pensando nessa promessa de "maior Série B de todos os tempos", mas os números mostram o contrário, é uma Série B tecnicamente fraca. Não só pelos números, nos jogos em si, o jeito que os passes saem errados, é uma Série B muito fraca.

Tem os "quatro grandes" (Cruzeiro, Vasco, Bahia e Grêmio) – acho o Sport num nível mais abaixo, nada a ver com tradição, mas os últimos anos, economicamente muito deteriorado. Mas esses quatro estão muito atrapalhados, por razões diversas. O Vasco economicamente, Bahia e Grêmio pela parte técnica. Esses clubes não estão fazendo o que poderiam. A distância que abriram para os outros deixa clara a fraqueza técnica do campeonato. Mesmo com problemas, já conseguiram abrir certa vantagem.

Essa é uma Série B tecnicamente muito fraca, não é a melhor de todos os tempos, já vimos em anos anteriores tecnicamente times muito melhores, posso rapidamente lembrar o Bragantino, era muito melhor que os quatro que falei. O Fortaleza jogava muito mais bola do que esses quatro. Estamos vivendo uma Série B rebaixada, que quem tem um pouquinho mais de camisa e estrutura, está levando.

Fonte: Globo Esporte
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