O Santos de Jorge Sampaoli é tido por comentaristas como o de melhor futebol no Campeonato Paulista. Sufocando os adversários, criando chances atrás de chances e com um dos ataques mais positivos do país, o Peixe encanta com o futebol ofensivo. Mas o fato de não ter se classificado para a final do Estadual mostra que não é um time imbatível.
Apesar de futebol não ser ciência exata, a ideia desta reportagem é apontar onde o Vasco pode investir para tentar sair da Vila Belmiro ao menos com um empate para buscar a vitória em casa. O que é invariável nos times que derrotaram ou complicaram a vida do Santos são: atenção total e contra-ataque.
Os comandados de Sampaoli estão cada vez mais acostumados ao estilo de jogo do treinador: toque de bola, ataque o tempo todo e pressão no campo de ataque para recuperar a posse o quanto antes. Por isso, é de extrema importância que todo o Vasco esteja 100% atento à movimentação santista.
A equipe paulista tem se acostumado a utilizar um esquema de 2-3-5. Isso quer dizer que são dois zagueiros no campo de ataque fazendo a contenção e dando opção de passe; três jogadores na linha do meio para rodar a bola, sendo dois laterais e o primeiro volante; e cinco atletas lá na frente, com dois pontas abertos e três pessoas dentro da área adversária. Uma constante crítica é a falta de um centroavante, mas a intensa mobilidade santista costuma cobrir esse porém.
Por conta dessa pressão constante, o Vasco precisa ter a atenção mais que redobrada quando estiver defendendo. Como o Corinthians fez durante a semifinal do Paulistão para anular o adversário, é provável que Valentim deixe o time conscientemente recuado para tentar aproveitar qualquer deslize do Santos para construir o contra-ataque.
Assim como foi no clássico contra o Fluminense no início de fevereiro, quando o Vasco deu o campo para o Tricolor, a tendência é que se aproveite das falhas para correr com tudo para o gol do Santos. Se deu certo contra o rival comandado por Fernando Diniz que, assim como Sampaoli, é um entusiasta do "jogo de posição", tudo indica que vai ser a mesma estratégia adotada por Valentim.
E o técnico vascaíno deve se espelhar justamente na tática utilizada pelo Corinthians porque é um time com características que se assemelham ao Gigante da Colina. Por isso, o Vasco precisará bastante que seus pontas encaixem a marcação e avancem contra o espaço deixado pelos laterais santistas para tentar aproveitar o contragolpe. Esse estilo de jogo também deu certo (em parte) para o Vasco no clássico contra o Botafogo, quando empatou com um gol de Pikachu dessa forma.
A velocidade não tem que estar presente apenas no momento em que recupera a posse de bola e avança no contra-ataque. Ela vai ser muito importante para a parte do jogo em que o Vasco estiver se defendendo.
Por ter uma mobilidade muito intensa, o Santos vira o jogo de um lado para o outro com facilidade na tentativa de achar algum espaço. Se a defesa vascaína não for prudente, atenta e rápida, vai acabar deixando uma lacuna que certamente o potente ataque santista tentará se aproveitar.