Confira discurso de posse de João Ernesto da Costa Ferreira

Senhoras, Senhores,
Vascaínos, Vascaínas,

Boa Noite !
Muito apropriadamente, esta Sessão do Conselho Deliberativo é denominada como Solene.
Solene, não só por referenciar-se ao aniversário do Vasco, o que por si só já lhe conferiria uma aura solene.
Entretanto, reveste-se esta reunião de um outro significado, e que lhe deixa ainda maior.
Além de ser comemorativa da passagem do centésimo décimo terceiro aniversário desta paixão chamada Vasco, é também alusiva à posse da Diretoria Administrativa para o triênio 2011/2014, que tem à frente o maior ídolo esportivo que esta instituição teve ao longo de sua trajetória: Roberto Dinamite.

Como veem, há motivos de sobra para que esta Sessão do Conselho Deliberativo seja classificada como Solene.
O meu discurso é dirigido a todos os membros deste Conselho, para que façam uma reflexão sobre o que significa ser Conselheiro do Vasco.
Ser Conselheiro traz consigo uma elevada carga de responsabilidade, e que nos foi delegada pelo quadro associativo vascaíno.
Responsabilidade por tudo aquilo que diga respeito ao nosso Clube, como, por exemplo, pelo fiel cumprimento do Estatuto do Vasco. Em última análise, ser Conselheiro é ser o guardião do Vasco.
Conselheiros, a nossa missão é nobre, porquanto um Vasco melhor passa por esta Casa. Um Vasco verdadeiramente dos vascaínos, é referendado nesta Casa. Um Vasco vencedor é o espelho dos que compõem esta Casa.

Neste sentido, a cada 03 anos, a massa associativa vascaína elege metade deste Conselho, que se junta a outros 150 vascaínos que, pelos seus relevantes serviços prestados ao Clube, fizeram jus aos títulos de Benemérito ou Grandes Benemérito. Aqui, neste Conselho, são chamados de Membros Natos. À vocês, a nossa reverência!
Vascaínos, vivemos um momento histórico na vida política do nosso Clube.

Após um pleito marcado essencialmente pela transparência, pela cordialidade e pela organização, as Chapas que nomearam ao todo 150 Conselheiros deram demonstração de que Situação e Oposição podem conviver harmoniosamente, até porque somos todos vascaínos!
Situação e Opsição podem divergir quanto ao \"modus operandi\" de certas ações tomadas pela Diretoria Administrativa. É fato.
Contudo, a crítica construtiva deve ser feita com elegância e, a julgar por um documento lido em recente reunião deste Conselho, teremos uma Oposição ética, elegante. À vocês, o nosso respeito!

Conselheiros da Situação, com tão qualificada companhia, aproveitemos este momento ímpar e promovamos as mudanças tão desejadas pelo nosso quadro social. A mais importante delas, e consequentemente a mais esperada, é a Reforma Estatutária.

Mais do que a obrigatória adaptação ao Código Civil vigente, torna-se imperioso implementar um Estatuto que acompanhe a evolução da sociedade, convergindo para um Clube mais governável, administrativamente mais ágil, mais moderno. Que o torne vencedor dentro e fora dos campos.

Com tantos elementos de elevado nível cultural e intelectual, este Conselho não pode desperdiçar a oportunidade de colaborar intensamente com a Diretoria Administrativa.

Ações como a criação de Câmaras Setoriais muito contribuirão para uma mais refinada leitura de tudo que refira ao dia a dia vascaíno.

Senhores Conselheiros, eleitos ou natos, da Situação ou da Oposição, unamos os nossos esforços em prol do Vasco.

Esse Clube tem em sua marcação genética a democracia. Valorizemos e estimulemos isso. E é aqui, no forum político que é esta Casa, que devemos extrair do salutar exercício do contraditório ideias para um Vasco ainda maior.

Relembremos aqueles vascaínos que muito serviram ao Vasco e que nunca se serviram do Vasco. Façamos o mesmo.

Temos uma dívida de gratidão para com aqueles que consolidaram a grandeza desse Clube. Devemos mantê-la.
Não nos esqueçamos que temos em nossas almas a têmpera de uma raça de herois e uma raça de herois não degenera.

Façamos sempre por merecer o nome que foi dado a este Clube, o do maior navegador que os mares conhecerem.

Todos sabem da força do Vasco, da força dos homens do Vasco. Dizem até que, se unidos, somos imbatíveis. Confirmemos isso!

Senhores, Luis de Camões já declarava no Canto V da obra maior da literatura portuguesa, numa ode aos feitos do grande almirante, os seguintes versos:

\"Trabalha por mostrar, Vasco da Gama,
Que estas navegações que o mundo canta,
Não merecem tamanha glória e fama
Como a tua, que o Céu e a Terra espanta\"

Que estes versos sirvam de permanente exemplo para todos nós vascaínos!
Muito Obrigado!