Nem São Januário, nem Gávea. Romário anuncia que parou de jogar, e, domingo, quando o contrato com o Vasco terminar, ele estará arrumando a mala para curtir no Caribe os primeiros dias de aposentado O celular registrou pouco mais de 11 minutos de conversa e esse foi o único detalhe a lembrar o número da camisa que Romário eternizou. Em apenas 11 minutos e 44 segundos de entrevista, ele anunciou ao ATAQUE, com exclusividade, o que por tanto tempo adiou: sua aposentadoria. “Não jogo mais, não. Já parei de jogar. Não tenho mais condição. Não dá mais pra mim”. Não há tristeza. Se Romário pudesse mandar no tempo, até faria chegar mais depressa esse tão esperado domingo, último dia de contrato com o Vasco. Na segunda-feira, início da aposentadoria, ele já estará livre, mas quem disse que pensa em trabalho? Em sua estréia como ex-jogador de futebol, Romário estará viajando para o Caribe com uma turma da pesada, seus melhores amigos. Mas ainda há uma possibilidade que pode estragar o passeio e a vida: a queda do América para a segundona carioca. Você já está vestido com a camisa do Flamengo? Como está a sua situação? Você não abandonou o seu emprego? Há alguma possibilidade de você entrar num acordo com o Vasco? Você está indo para o Flamengo? Você não está muito empolgado. Está interessado em trabalhar no Flamengo? Você está convicto de que parou de jogar? Nem você esperava isso agora, não é? Por tudo o que fez no futebol, você não acha que merecia ter parado de outra forma? O que você pretende fazer no futuro, já que estará aposentado a partir de segunda-feira? Vai conversar com o Ricardo Teixeira? Está feliz? Está acompanhando o Campeonato? Está (risos)... Duas... Bem que o seu Edevair queria que você terminasse a carreira no América, não? Estão precisando de você por lá, hein... O que você vai fazer na segunda-feira, seu primeiro dia de aposentadoria?
— (Risos) Que nada! Eu tenho é viajado pra caramba.
— Minha situação é a seguinte: estarei desempregado a partir do dia 30. Aí, vou procurar emprego.
— Não estou indo para o trabalho, mas eles também não estão me pagando. E a amizade continua... Já comuniquei ao Vasco que estava saindo, mas tive que cumprir o contrato. Passei para o Eurico (Miranda) qual era o meu pensamento. Não tenho nada contra ele. Foram divergências de opiniões.
— Não. Não volto mais para o Vasco...
— Não. A gente conversou uma vez lá atrás... Havia a possibilidade de eu fazer alguma coisa relacionada à Fla TV. O Kléber Leite ficou de me procurar, mas, até agora, nada.
— Dependendo do que for, pode ser que me interesse. Mas não há nada mesmo. Agora que parei de jogar, terei que fazer alguma coisa.
— Estou. Não jogo mais, não. Já parei de jogar. Não tenho mais condição. Desde novembro, eu não jogo. Se não me engano, minha última partida foi contra o Palmeiras... Faz muito tempo. Não dá mais pra mim... (Na verdade, esse jogo foi o penúltimo de Romário. O último foi a derrota de 2 a 1 para o Internacional, em São Januário, no dia 4 de novembro).
— Cada um tem o que merece. De repente, era isso aí que eu merecia.
— Ah, mas eu sempre quis terminar como comecei: sem quem ninguém percebesse. Dizia que, quando menos esperassem, eu já teria parado. De repente, acabou acontecendo o que planejei um dia. Mas pode ser que eu ainda faça um ou dois jogos de despedida... Quem sabe?
— Não sei... Vou esperar que apareça algo muito legal. Tinha vontade de fazer alguma coisa pela Copa de 2014. Meu papel que foi designado pela CBF, eu já fiz. Queria mais... Queria participar de alguma comissão.
— Não, ninguém tem obrigação comigo, não. Nem eu com ninguém... As coisas para mim são simples. Só faço na vida coisas que forem boas para mim.
— Sim. Estou nessa situação por opção. Se quisesse estar jogando, teria voltado para o Vasco. Mas não tenho plano nenhum. Tenho aproveitado os meus filhos e estou passeando bastante. São essas coisas que me fazem feliz.
— Não. Não fico lendo jornal... Está tendo algum jogo agora?
- Sei que o meu Mequinha tá ferrado... Quantas rodadas faltam?
— (Risos). Pô, viu só? Ele sabia o que dizia. Meu pai deve estar ferrado... Mas o América não vai cair... Pelo menos é o que espero... Será?
— Vou com a maior galera para Curaçao (risos). O que acha? Estou mal? Vou passear, pô...
Você está levando a sua turma com você?
— Estou. Vamos passar 10 dias por lá, valeu? Está ruim? Vou aproveitar. (Risos)