Julio Brant, candidato da chapa Sempre Vasco à presidência do Club de Regatas Vasco da Gama, concedeu na noite desta terça-feira(30/09) entrevista à Rádio Manchete e pode apresentar algumas de suas propostas aos sócios que irão votar na eleição marcada para o próximo dia 11 de novembro. Confira a primeira parte a seguir.
Por que se candidatou à presidência do Vasco?
“Primeiro, por amor ao Vasco, por indignação com a situação que o Vasco vive, é muita tristeza. Nasci em São Januário, aprendi a nadar em São Januário, meu avô me levou ao Vasco da Gama. Ver o Vasco como está hoje é uma situação de indignação, de revolta, e hoje eu tenho condições de retribuir tudo aquilo que o Vasco me deu, com muito trabalho e afinco, é a vontade de transformar essa realidade vergonhosa e triste que o Vasco vive hoje.”
Você falou em indignação com o que acontece no Vasco. Que tipo de indignação?
“Indignação é ver um Vasco pequeno, ver o Vasco maltratado, sendo escorraçado, humilhado pela arbitragem, humilhado dentro de casa, pelos supostos vascaínos, por adversários e por quem deveria respeitar o Vasco. O Vasco deveria estar mais nas páginas esportivas, vive hoje mais nas páginas policiais. Vejo hoje no jornal Lance que a Nike declinou de ser parceira do Vasco por temer a possibilidade do senhor Eurico Miranda voltar ao Vasco da Gama, é o medo da marca Vasco da Gama, é uma vergonha saber que uma multinacional como a Nike tem medo do Vasco da Gama, isso me indigna. Ver o Vasco nessa situação me indigna, assim como todo vascaíno, e nossa chapa está fazendo o projeto da indignação, da mudança, do vascaíno que não agüenta mais ver o Vasco nessa situação. Apresentamos uma mudança profissional, concreta e com projeto, e a massa vascaína nos coloca como favoritos na eleição, está muito claro nas pesquisas que mostram isso, tirando qualquer possibilidade de fraude, somos a principal força política do Vasco, e ouvimos também o torcedor, que também tem todo o direito de reclamar e se indignar com o Vasco.”
Qual proposta você tem para o futebol do Vasco?
“Nosso objetivo é fazer do Vasco um time campeão em campo, sem dúvida nenhuma. Não dá para fazer um time campeão em campo sem gestão e profissionalismo e um clube com mais de R$ 500 mi em dívidas, sem dinheiro para pagar conta de luz, de água, de telefone. Não dá para desvincular gestão do futebol, hoje em dia o futebol é profissional, não dá para improvisar. O futebol hoje em dia é profissional, mas não só no campo, mas também em todos os processos que culminam com o jogador entrando no campo, e é isso que se tenta mostrar. A gestão serve para dar suporte ao jogador, tem que estar tranqüilo como qualquer profissional para trabalhar, sabendo que o salário dele está em dia, que as condições de trabalho são as melhores possíveis, sabendo que ele tem um suporte técnico, psicológico e médico, todo suporte para que ele entre em campo com toda a tranqüilidade possível. Nossa visão é profissionalização total do Vasco da Gama, temos uma proposta de primeiro um comitê gestor da dívida, estamos tratando a dívida com todo cuidado possível porque tem a ver com a marca Vasco da Gama, a confiança do credor no Vasco precisa ser resgatada, precisa saber que terá o crédito pago. Vamos mostrar também nosso plano de viabilidade e o mercado vai entender que tem credibilidade no grupo que está trabalhando nessa dívida. Vamos ter metas que serão de aumento de receita, redução de custo e incremento de novos produtos e novas formas de aumentar a receita do Vasco. Ninguém quer fazer uma empresa linda e perder em campo, não faria o menor sentido, queremos o Vasco campeão em campo, queremos fazer do Vasco um time respeitado novamente, como sempre foi, um time que entre em campo e o adversário trema, e não escorraçado como vem sendo, como foi contra o Avaí, e está pedindo pelo amor de Deus para ficar no G4, isso não é Vasco da Gama.”
Qual o papel do ídolo Edmundo em sua campanha?
“O Edmundo não está só me apoiando, não veio para emprestar a imagem dele. O projeto todo começou pela iniciativa do Edmundo para montar um grupo de gestão. Não existe um candidato que é o salvador da pátria, existe um grupo que se uniu em torno de um projeto pensado e liderado pelo Edmundo, de sair de um papo de boleiro e ir para um papo técnico, e em cima desse núcleo se montou um projeto de gestão para o Vasco da Gama. Minha candidatura saiu de uma forma natural e com base em quem do grupo tinha o melhor perfil para liderar esse projeto de resgate e de renovação do Vasco da Gama, esse é o conceito do nosso projeto. Não é a chegada de um messias, temos um grupo técnico capacitado de profissionais de inúmeras empresas, com currículo de primeira linha e que se juntaram para estudar o Vasco da Gama e buscar a viabilidade do Vasco da Gama, com base nisso se criou nossa candidatura.”
Por: Cesar Augusto Mota