A próxima vez que Jorginho entrar na sala de imprensa de São Januário pode ser com o status de campeão estadual. Nesta sexta-feira, após o treino fechado aos jornalistas, o técnico respondeu às perguntas com a mesma postura de sempre: respeito ao adversário, alerta ligado para os perigos do jogo, concentração e cautela ao falar da possível conquista de domingo. O Vasco enfrenta o Botafogo, às 16h (de Brasília), no Maracanã.
- Eu acho que tudo se resume da gente entrar concentrado, entrar ligado. É muito perigoso ficar pensando em um ano vitorioso se não conquistarmos o título. Temos que entrar completamente concentrados, e a coisa não para. Temos que pensar sempre grande. Não podemos ficar apenas pensando em uma invencibilidade. Temos que buscar objetivos maiores. Estamos confiantes, fazendo os ajustes necessários. Sabemos que o Botafogo é uma equipe perigosa, mas também vamos jogar - disse Jorginho.
Sobre a escalação, sem mistérios. O time é o mesmo que entrou em campo no último domingo: Martín Silva, Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Riascos. Quanto ao treino fechado, Jorginho explica:
- Pessoal conhece muito bem a equipe do Vasco, a escalação do Vasco. Não tem muito o que esconder. A única coisa é corrigir algumas coisas com mais tranquilidade. Antigamente, demorava um dia para sair no jornal, hoje já sai no site. Queremos essa tranquilidade (risos).
Como o Cruz-Maltino venceu o primeiro jogo por 1 a 0, basta um empate para conquistar o bicampeonato estadual.
Confira outros trechos da entrevista de Jorginho:
Ansiedade para a final
- Eu estou dentro de um trabalho, há um foco muito grande dentro das situações. Estamos treinando em cima dessa situação. Não temos nem muito tempo de ficar ansiosos porque precisamos trabalhar. Isso bate mais no dia do jogo. Sempre atento a qualquer necessidade de conversar com os jogadores.
Trabalho para a final
- Nós fizemos um grande jogo contra o Botafogo no primeiro jogo. Fizemos um gol no finalzinho, mas foi um grande jogo nosso. Eles tiveram um pouquinho mais de superioridade, mas eu ganhei o jogo. Não podemos esquecer disso. Estamos confiantes, fazendo os ajustes necessários. Sabemos que o Botafogo é uma equipe perigosa, mas também vamos jogar.
Título apaga a frustração do ano passado?
- Acho que uma coisa não tem a ver com a outra. É uma conquista isolada. O que vai apagar é retornarmos para a Primeira Divisão. Precisamos fazer isso de uma forma bem consistente, não podemos ficar tomando sustos. Já estamos com uma base montada, vamos precisar de algumas bem pontuais contratações. Acho que só apaga assim. É um compromisso que nós temos com o Vasco da Gama. E essa é uma das grande razões de eu ter ficado.
Jogadores veteranos em boa forma física
- Eu acho que é um trabalho em conjunto. É claro que a parte física, o responsável é o Joelton. Temos o Gustavo. Existe todo um trabalho voltado para isso. O trabalho que o Caprres faz de recuperação e prevenção desses jogadores é fundamental. Às vezes, a minha opinião, a minha necessidade nem sempre é atendida. Eu sou um cara muito democrático. Abro mão para o Caprres. Esse trabalho faz com que o jogador com 35, 34, 33 anos correndo como jovem. Nenê parece um garoto de 25 anos de idade, e é uma realidade. O rendimento desse atleta às vezes é melhor do que um jogador jovem.
Alegria de conquistar o título, se for concretizado
- É uma grande alegria. Naturalmente para mim isso concretizando vai ser uma alegria diferente. É um primeiro título dentro do Brasil. Sei que é parada dura, sem que vamos enfrentar uma equipe muito bem organizada com o Ricardo. Que demonstrou no último jogo o quanto é difícil de ser batida. Eu vou ficar muito feliz, mas sei o quanto é importante se manter. Se manter no topo é muito difícil. É importante estar o tempo todo buscando informações. Que eles não percam isso durante o ano.
Patamar do treinador no Brasil
- Ele muda com o trabalho que é apresentado. Às vezes é injusto. Por causa de um resultado, o treinador não é considerado como um treinador de ponta. Aqui no Vasco estou tendo reconhecimento do trabalho. Ele falou isso antes do jogo da semifinal. Isso nos traz satisfação. E ver os jogadores comprando a ideia.
Movimentação tática de ambos os times
- O Botafogo vem jogando com essa formação. Eles vêm mantendo bem uma mesma equipe. Nós, que já estamos desde o ano passado, ficamos mais marcados em relação a isso. Não podemos estar presos a uma movimentação tática só. Encontramos adversários diferentes. Temos que ter algumas formações, opções, para ter essas variações. Para um treinador, repetir a escalação é muito bom.
Equipes aplicadas taticamente
- Eu acho que são duas equipes muito aplicadas taticamente. Sabem exatamente do seu potencial, mas conhecem muito bem suas necessidades e deficiências. São aplicadas nas suas deficiências. Por isso se tornam difíceis de serem batidas.
Conversas com o capitão Rodrigo
- Como eu tenho uma equipe extremamente experiente, todos os jogadores se manifestam para falar alguma coisa. Eu e Rodrigo, como ele é o capitão, estamos o tempo todo alinhando coisas. eu falo muito para ele e para o Luan, esse apesar de ter 22 anos de idade é muito experiente, gostaria de vê-lo na seleção olímpica. são os jogadores que comandam o time. É o tempo todo organizando, falando, senão acaba estourando em cima deles mesmo.
Possibilidade de título invicto
- Ele é mais marcante, com certeza. Ficar marcado na história do Vasco da Gama e na história do Carioca.
"Novela" do Jorginho no Vasco
- Muitas emoções. No olho do furacão a maior parte do tempo. A experiência de campo, a parceria com o Zinho foram fundamentais. Estou muito feliz de ter o Zinho comigo, de ter trazido o Joelton. Conseguimos com a nossa forma simples, direta e muito transparente de ser conseguimos fazer com que o grupo acreditasse no nosso potencial e passasse a ser uma equipe competitiva.