Atendendo a um pedido deste OCE, o Carlos Aragaki, da Parker Randall Auditores Independentes, preparou uma rápida análise sobre as finanças dos dois finalistas da Copa do Brasil Coritiba e Vasco da Gama.
Era minha intenção apresentar um complemento ao trabalho do Carlos, com as receitas operacionais de cada um dos clubes. Infelizmente, porém, isso não foi possível. Primeiro, porque não consegui o balanço do Coritiba. Aliás, tal como o Coritiba o Vasco da Gama também não está cumprindo a lei, pois seu balanço não está disponível em seu site oficial. A legislação determina que esses documentos devem ficar expostos pelo mínimo de 90 dias nos sites oficiais dos clubes e das federações. O balanço vascaíno obtive a partir de uma pesquisa no site NetVasco, uma vez mais. Nesse ano, contudo, tive certa dificuldade em achá-lo, embora o site apresente uma boa análise com fácil acesso via pesquisa na ferramenta de busca ou pelo Google.
As duas federações estaduais também não trazem os balanços desses clubes. No site da Federação Paranaense há o link para os balanços dos clubes. Ao acessá-lo, deparamos com um único balanço, de um clube chamado Cincão. Parabéns ao Cincão, o único clube paranaense a cumprir a lei. Na semana passada, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro não trazia nenhum balanço de clube, sequer um link para tal seção. Na madrugada de hoje, por desencargo de consciência, tentei acessar o site desde cinco horas, mais ou menos, e nada. Não creio que os balanços dos clubes tenham aparecido, de qualquer forma.
Procuro obter os balanços da mesma forma que um torcedor comum conseguiria. Esse é o espírito da lei, sem falar que balanço é documento público e não privado. Mas, pelo jeito, se quiser os balanços de muitos clubes creio que precisarei contratar algum especialista, como aquele representado por Tom Cruise em Missão Impossível. Pena que meu dinheiro não dá para tanto.
Com o balanço do Vasco na telinha fui em busca de suas receitas operacionais.
Nada.
Como de hábito, o clube não discrimina o quanto recebe de quem. O máximo que faz é discriminar 72,4 milhões como receita do futebol profissional.
Ficamos assim, então: nada a mostrar.
Transparência pouca é bobagem, mesmo.
Com o pouco de transparência que há, vamos à análise do especialista Carlos Aragaki.