O Vasco encerrou a temporada longe dos objetivos imaginados no início do ano e com pouca coisa para comemorar. Nenhum título foi conquistado e o quinto lugar no Campeonato Brasileiro deixou o time fora da Copa Libertadores de 2013. Foram meses turbulentos, sobretudo no segundo semestre, e o consolo ficou com o retorno do diretor técnico Ricardo Gomes ao Gigante da Colina.
O restante do ano foi marcado por problemas de bastidores e algumas polêmicas que ainda prosseguem. A crise nas categorias de base, a debandada de cartolas e os salários atrasados foram alguns retratos do Cruzmaltino em um 2012 bem abaixo das expectativas deixadas pela vitoriosa campanha do ano passado. Confira o resumo do clube de São Januário abaixo:
RICARDO GOMES E OS PONTOS POSITIVOS DO VASCO NA TEMPORADA 2012
Ricardo Gomes - O grande presente do Vasco para a torcida apareceu já no final da temporada. Em meio às crises financeira e política, Roberto Dinamite trouxe de volta o treinador para exercer o cargo de diretor técnico. Com experiência no futebol, Gomes está responsável pela reformulação do elenco. Sua chegada retomou parte da confiança aos atletas e a certeza de que o desempenho pode ser melhor no ano de 2013.
Juninho - O ídolo da torcida foi o grande destaque em campo na temporada do Vasco. Foram 50 jogos disputados e 14 gols marcados. A participação do camisa 8 nas bolas paradas tornou-se fundamental para que o time conseguisse importantes vitórias. Ovacionado pelos cruzmaltinos, o Pernambucano pode não atuar mais na Colina histórica, já que viajou para os Estados Unidos e tem boa proposta do New York Red Bulls.
Permanência de Dedé - Apesar das sondagens do futebol europeu, o Vasco conseguiu viabilizar a permanência do zagueiro Dedé. O jogador prolongou contrato até o fim de 2015 e já avisou que não pretende sair antes da Copa do Mundo de 2014. Apesar do ano difícil em decorrência das lesões, Dedé agora possui multa rescisória no valor de R$ 70 milhões. O salário também aumentou de forma considerável. De R$ 120 mil para R$ 250 mil.
Aluguel do CFZ - Com o gramado de São Januário sobrecarregado, o Vasco correu atrás para resolver a situação e facilitar a vida dos jogadores. A diretoria alugou o CFZ, clube de Zico, ídolo do rival Flamengo, e conseguiu melhorar as condições da Colina histórica. Situado próximo da Barra da Tijuca, bairro no qual a maioria dos atletas reside, o CFZ melhorou o dia a dia do elenco. O clube foi alugado até o final de 2013 por R$ 50 mil/mês.
Nilton - Após um período de lesões e banco de reservas, o volante Nilton voltou ao time titular ainda sob o comando do ex-técnico Cristóvão Borges e não saiu mais. O camisa 19 disputou 55 jogos e marcou cinco gols. Exibiu poder de marcação e força ofensiva relembrando os melhores momentos no Gigante da Colina. Deixa a temporada em alta e com a certeza de que o Vasco possui um volante em quem pode confiar nos desafios que estão por vir em 2013.
PROBLEMAS CONSTANTES NA BASE E OS DESTAQUES NEGATIVOS DA TEMPORADA
Drama na base - O pesadelo do Vasco com as categorias de base começou no dia 9 de fevereiro. Após a morte de Wendel Júnior Venâncio da Silva (f), de 14 anos, no CT de Itaguaí, o clube passou a ser alvo de uma série de investigações do Ministério Público. Os alojamentos de São Januário e do centro de treinamento foram reformados. Porém, os problemas persistem por conta das falhas na alimentação dos jovens e do atraso no pagamento da ajuda de custo.
Debandada de dirigentes - A partir de setembro, o Vasco enfrentou uma crise política devastadora. Revoltados com o modelo de administração de Roberto Dinamite, quatro dirigentes entregaram o cargo e fundaram um novo grupo oposicionista. José Hamilton Mandarino, Nelson Rocha, Fred Lopes e José Pinto Monteiro deixaram as vice-presidências de futebol, finanças, patrimônio e esportes olímpicos, respectivamente.
Salários atrasados - O Vasco convive com salários atrasados. Inclusive, os jogadores promoveram o boicote ao regime de concentração e só retomaram a prática quando o pagamento foi normalizado. O diretor Daniel Freitas (f) teve trabalho. Com 100% das receitas bloqueadas, a dívida atual envolve dois meses de salários atrasados e direitos de imagem. A diretoria quitou o FGTS para não correr risco de sofrer novas ações na Justiça.
Saída de jogadores - O Gigante da Colina não resistiu ao mercado internacional e sucumbiu durante a janela de transferências do meio do ano. O clube perdeu Diego Souza, Fagner, Romulo e Allan. Por outro lado, a diretoria não conseguiu substitutos à altura. O time caiu de rendimento e encerrou o Brasileiro na quinta posição. A vaga na Libertadores ficou apenas no sonho e nas expectativas de um início de ano que parecia promissor.
Marcelo Oliveira - Após a demissão do técnico Cristóvão Borges, Marcelo Oliveira assumiu o cargo como esperança de Roberto Dinamite. No entanto, sua passagem pelo clube foi um fracasso. Ele entregou o posto após uma sequência de seis derrotas e o pífio aproveitamento de 26%. Durante a passagem pelo Cruzmaltino, Oliveira ainda se reuniu com dirigentes do Cruzeiro. Ele deixou São Januário mal visto pela diretoria.