A possibilidade é real. Os cruzamentos das semifinais da Taça Rio colocam o futebol carioca novamente diante da chance de uma decisão entre Fluminense e Vasco. O encontro seria o primeiro desde a final da Taça Guanabara, que teve confusão por causa do posicionamento das torcidas, idas e vindas de decisões judiciais, e culminou com a torcida tricolor ausente no Maracanã. A diferença em relação ao primeiro turno é que, administrativamente, já há um arcabouço para evitar que a disputa entre os rivais se transforme em sabotagem ao Estadual - e sobretudo ao torcedor.
Caso o Fluminense avance diante do Flamengo e o Vasco supere o Bangu, o jeito vai ser deixar o Maracanã fechado no fim de semana. Outra casa será usada.
A Ferj já publicou uma resolução da presidência na qual veta partidas entre tricolores e cruz-maltinos no Maracanã enquanto esse imbróglio sobre o lado da torcida não se resolver - seja por acordo ou por uma decisão judicial.
A alternativa óbvia passa a ser o Nilton Santos. No Fluminense, isso é tratado como um caminho sem volta neste momento, em caso de cruzamento com o Vasco. O Botafogo, inclusive, já se dispôs a ceder o estádio para uma das semifinais, enquanto ainda havia embate entre Ferj e concessionária sobre a marcação dos jogos no Maracanã. A alegação da administração era em nome da preservação do gramado.
Vale lembrar que, assim como na Taça Guanabara, o vencedor da semifinal em que está o Vasco será o mandante da decisão. Foi com essa prerrogativa que o presidente Alexandre Campello endureceu o discurso e, tendo apoio da concessionária, iniciou a venda de ingressos para o setor Sul do Maracanã.
A partir daí, o Flu acionou a Justiça comum, conseguiu e conseguiu decisões que culminaram até com a determinação de portões fechados no clássico. Esse quadro só foi revertido pela Justiça, após recurso do Vasco, no meio do primeiro tempo. E o Maracanã ficou praticamente exclusivo dos vascaínos, já que o presidente Pedro Abad aconselhou os tricolores a nem aparecerem no entorno do estádio.
As declarações de Abad naquele fim de semana e o comportamento do Fluminense ainda reverberam no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio. Em primeira instância, o presidente foi suspenso por 30 dias. Já o clube, com o entendimento dos auditores de que dificultou a aplicação do regulamento, levou multa de R$ 60 mil. O processo está em fase de recurso.