Destaque do Vasco nas categorias de base, Cauan Barros teve sua segunda oportunidade no profissional ao entrar na vitória por 2 a 0 contra o Nova Iguaçu, na última terça-feira. O jovem de 18 anos está no clube desde o sub-15 e tem uma história curiosa.
Natural de Pernambuco, o volante é indígena da etnia dos Pankararus e já é uma estrela na tribo que fica situada às margens do Rio São Francisco.
Cauan Barros tem contrato com o Vasco até junho de 2025. O clube possui 70% dos seus direitos econômicos.
Cauan Barros começou a trajetória no futebol influenciado pelo pai. Ao perceber que o jovem se destacava entre os garotos da tribo, Seu Clecio o levou para fazer testes em clubes pelo Brasil. Foi assim que o volante chegou ao Primavera, time do interior de São Paulo ao qual pertencem os outros 30% dos direitos.
Ainda aos 15 anos, porém, as atuações nos campeonatos locais de São Paulo o fizeram chamar a atenção do Vasco. Em 2019, o jogador passou a integrar o time sub-15 em São Januário e não saiu mais do clube.
Eliseu Aparecido, presidente do Primavera, falou ao ge sobre o período no qual o jovem atuou pelo time paulista e se mostrou contente com o atual momento do jovem no Vasco:
- Ele treinava conosco, chegou aqui no sub-13. Nós alocamos a família dele, o pai dele ficou empregado aqui no clube para que ele pudesse jogar pelo Primavera. Ele vinha se destacando e então teve uma visita de observadores do Vasco que gostaram bastante do Cauan. Ele passou por um período de avaliação e foi para o sub-15. Hoje ele está atuando no profissional para a alegria de todos.
São cerca de 7 mil Pankararus cadastrados no Governo Federal. Muitos ainda vivem no local de origem e em casinhas simples de barro, mas, por influência do jogador, estão em alta na aldeia antenas de televisão. Ele é estrela por lá.
Em 2021, ano em que Barros foi destaque do Vasco no sub-17 ao ser campeão carioca e vice do Brasileirão na categoria, o Esporte Espetacular fez uma reportagem contando as origens do atleta.