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Conheça a história do corredor vascaíno que abraçou Jesse Owens, mito olímpi

O espírito olímpico, você sabe, é a manjada frase do barão de Coubertin: \"O importante é competir\". Com essa linha, inúmeros garotos de várias idades tentaram medalhas de ouro, prestaram concurso público e chegaram junto em gatas que eram, a priori, muita areia para os seus respectivos caminhõezinhos.

Hoje que o Rio espreita a possibilidade de sediar uma Olimpíada, lembro do meu tio-avô Oswaldo Domingues, que disputou os 100 metros rasos nos Jogos de Berlim, em 1936. Carioca, atleta do Vasco, aspirante à carreira militar, ele entrou no navio da delegação da Confederação Brasileira de Desportos (CBD, hoje CBF) rumo à Alemanha governada por Adolf Hitler.

Lá, não pôde ingressar na Vila Olímpica porque a delegação do COB, que congregava os atletas não pertencentes a clubes de futebol, já havia chegado. A organização não se importava com o racha entre CBD e COB e não via razões para permitir novos atletas; só o COB era filiado ao Comitê Olímpico Internacional.

Assim como os colegas de CBD, Oswaldo não teve acesso às pistas de treino. Nos 15 dias em Berlim antes da abertura, treinou só uma vez num clubinho. Na véspera da cerimônia, fez o que faria qualquer um sem ingresso para o Estádio Olímpico: foi curtir a festa bebendo cerveja num bar.

E aí, naquela madrugada, deu-se o grande azar: num acordo de coxia, a delegação brasileira finalmente se unificou. Embebido de sono, Oswaldo foi acordado pelo técnico Rappaport às 7h: \"Levanta, nós temos que fazer seu passaporte olímpico. Você vai correr hoje.\" Destreinado e maldormido, Oswaldo correu a eliminatória, mas terminou em quinto, não podendo avançar à etapa seguinte. Não pôde enfrentar o americano Jesse Owens, que conquistou ouro e história por ser negro e campeão nas terras nazistas.

Oswaldo o conheceu. Nos arquivos dele, há uma foto em que Owens está abraçado a outro atleta da CBD, Antonio Damaso. Curiosamente, meu tio ficou do lado errado da máquina fotográfica, apertando o botão.

Com o mesmo desapego, confidenciou-me que deu para uma namoradinha da época a medalha que confirmava sua participação em Berlim. \"Essas besteiras que a gente faz quando é jovem\", disse. O passaporte olímpico, no entanto, ele guardou. As memórias também.

Não sei se o Rio sediará os Jogos. Caso ganhe, torço para que a história valha a pena de ser recontada.

Fonte: Destak Jornal
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