Nascido e criado no bairro de Turiaçu, no subúrbio do Rio de Janeiro, Vanderlei Luxemburgo é facilmente identificado como carioca pelo jeito e o linguajar, mas a quilômetros de sua terra natal, o treinador do Vasco já é considerado de casa. É no Tocantins que ele toca um de seus principais investimentos e demonstra sua veia empresarial.
Em dezembro do ano passado, o técnico tornou-se sócio proprietário da TV "Jovem Tocantins", afiliada da Record no Estado, e faz questão de ser um patrão presente.
Na última terça-feira (22), por exemplo, aproveitou a folga no Cruzmaltino para ir à Palmas (TO) onde, de modo inusitado, assinou ao vivo a renovação de contrato do apresentador do programa "Cidade Alerta", Beto Palaci.
Mês passado, ele anunciou a contratação do apresentador Lucas Ferraz para o comando do programa de notícias "Balanço Geral".
"A contração do profissional vem somar às várias mudanças da emissora com o intuito do fortalecimento do conteúdo jornalístico, bem como os investimentos com a digitalização de seus canais", disse em comunicado via assessoria de imprensa.
O investimento do empresário Vanderlei Luxemburgo também aconteceu no setor estrutural da emissora, trocando a frota de veículos e adquirindo equipamentos de última geração para transmissões em HD.
Cachaçaria, condomínio e patrocinador do Asa
Tocantins não é o único local que serve de berço para os investimentos de Luxa. Alagoas é outro Estado que já conhece de perto a veia empresarial do treinador.
Em 2018, ele tornou-se sócio da cachaçaria "Brejo dos Bois". Este ano, inclusive, foi lançada uma garrafa em edição especial e limitada com o seu nome no valor de R$ 379,00. O evento de lançamento, inclusive, adiou sua estreia no comando do Vasco.
A cachaça é produzida e envelhecida em barris de carvalho durante quatro anos e somente 1.952 unidades serão comercializadas por encomenda. O número, inclusive, não é por um acaso. Ele faz alusão ao ano de seu nascimento.
Além da cachaçaria, o treinador investiu em um condomínio cujo nome é "Residencial Luxemburgo". Tanto a cachaçaria quanto o condomínio patrocinam o Asa de Arapiraca, clube do interior de Alagoas.
"Eu quis ficar parado"
Depois da vitória sobre o Internacional no último domingo (20), Luxa foi questionado sobre estar "recuperando a carreira". Além de negar, deixou claro que tinha se afastado do futebol para cuidar de seus negócios:
"Eu acho um pouco covarde 'recuperar uma carreira'. Poxa, minha carreira não precisa ser recuperada. Você esquece de tudo o que eu já fiz no futebol, toda minha a trajetória. Aí você vem com o tempo que eu fiquei parado, mas foi porque eu quis ficar parado. Tenho outros negócios. Não queria voltar. Eu não pensava em voltar. Ninguém tem o direito, ninguém, como tiveram alguns jornalistas, de querer parar alguém. Eu aprendi a usar os termos que estão usando agora. É fácil. É só ler, estudar. Agora, o futebol dentro do jogo não mudou nada. Futebol dentro de campo não mudou absolutamente nada".
Já teve investimentos frustrados
Assim como em muitos casos no ramo empresarial, Vanderlei Luxemburgo também já teve suas frustrações. Em 2013, por exemplo, o treinador investiu em um site de vendas de vinhos importados com preços acessíveis. A empreitada, porém, não deu certo pouco depois de um ano.
Outro projeto que não foi para frente foi o "Instituto Wanderley Luxemburgo", em 2008, que era uma espécie de pós-graduação de futebol, com cursos de capacitação. Ele fechou um ano depois.
Quase se tornou político
Em 2010, Vanderlei Luxemburgo por pouco não tentou uma vaga no Senado e mergulhou no mundo da política. Já em 2017, recebeu convite para se candidatar a deputado federal, mas desistiu da ideia.