De eterna promessa no Internacional a destaque e xodó da torcida do Vascão. Assim podemos resumir o salto que deu a carreira de Ramón quando ele deixou o Beira Rio para tentar a sorte no Rio de Janeiro, mais precisamente na colina histórica, em São Januário.
Nascido em Cachoeiro do Itapemirim-ES, Ramón de Moraes Motta começou sua carreira aos 16 anos no Sport Club Internacional em 2005. Ainda na categoria juvenil, o garoto de Vila Velha logo conquistou espaço entre os titulares do juvenil colorado e foi um dos destaques do time gaúcho nas conquistas da Copa Macaé e do Gauchão da categoria. As boas atuações levaram o garoto a fazer parte da equipe do Inter na conquista da Copa Federação Gaúcha de Futebol não só como um atleta a compor o grupo e sim como titular e, mais uma vez, destaque do time. No mesmo ano, 2006, Ramón foi destaque em mais uma conquista do Inter, o Brasileiro Sub-20, numa final emocionante contra o Grêmio.
Tanto destaque na base e no time dos profissionais, levou o garoto a fazer sua estreia nos profissionais ainda no ano de 2006. Foi no dia 12/07/2006, em um jogo contra a Ponte Preta no Beira Rio. Nessa partida, Ramón teve uma atuação razoável e ajudou ao Internacional a vencer pelo placar de 2 a 0. A partir daí, Ramón passou a integrar o grupo profissional; atuou em mais oito partidas no ano de 2006 e foi para 2007 com a esperança de se firmar na equipe gaúcha.
O ano de 2007 parecia ser como Ramón imaginou. Recém campeão do Mundo, o Internacional resolve disputar o campeonato gaúcho com o time. Time esse, que contava com jogadores como Titi, Adriano, Abubakar e o próprio Ramón. Era a sequência de jogos que Ramón tanto precisava para ganhar moral com o treinador Abel Braga e com a torcida colorada. Para o azar de Ramón e de muitos outros garotos talentosos que faziam parte daquele time, o Internacional acabou sendo eliminado precocemente do Gauchão. Tal eliminação provocou revolta na imensa da torcida colorada, que acabou culpando os garotos pelo mau rendimento do time. Vale salientar, que não foram só esses garotos que disputaram a competição e não corresponderam, pois o time, com Fernandão e Cia, também não conseguiu evitar o vexame colorado no Gauchão.
A partir daí, o prestígio de Ramón no Beira Rio começou a cair e ao invés de se firmar de vez no time colorado, Ramón teve que amargar a falta de oportunidades e se contentar em jogar apenas dois jogos no Brasileiro de 2007. Dizem, que tal esquecimento de Ramón no Beira Rio ocorreu graças a comissão técnica e parte da diretoria, que não queriam vê-lo queimado com a torcida colorada. Apesar disso, foi em 2007 que Ramón conquistou seu primeiro título como jogador profissional, a Recopa Sul-americana.
Terminando 2007 em baixa, pelo menos em relação à parte da torcida, Ramón iniciou 2008 com a esperança de reconquistar a confiança da torcida e da comissão técnica, que embora acreditasse muito no potencial do jogador não o via como um jogador capaz de se tornar titular do Internacional. Para sua felicidade, o ano até que começou bem para ele. Relacionado para algumas partidas do Gauchão, Ramon jogou algumas partidas e deu sua colaboração para a equipe colorada campeã gaúcha de 2008.
Se vocês pensam que a partir daí a carreira de Ramón deslanchou no Internacional se enganam, pois nada mudou; Ramón continuou a ser aquele jogador que entrava em uma partida ou outra quando um ou outro jogador não pudesse jogar. Mesmo assim, Ramón ainda atuou em 17 partidas do Brasileirão de 2008 e terminou o ano com esperança que em 2009 deixaria de ser coadjuvante e passaria a ser peça fundamental no time gaúcho. Mal imaginava ele que tudo que desejava iria realmente acontecer, mas em outro clube, no Vasco da Gama, um dos maiores clubes do Brasil e do Mundo.
Começa o ano de 2009 e com ele o melhor momento de Ramón em sua curta carreira. Com a contratação de Marcelo Cordeiro para reserva de Kléber, o técnico Tite dá o aval e o Inter empresta Ramón ao Vascão. O que parecia ser o fim para Ramón passou a ser a realização de um sonho, o fim de um pesadelo e o início de um novo momento. Momento esse que parecia ser muito mais feliz do que os vividos anteriormente.
Desconhecido do público brasileiro e, principalmente da torcida vascaína, Ramón chegou ao Vasco como a maior aposta da diretoria para dar fim no pesadelo vivido pelo clube na lateral esquerda desde saída de Felipe. Sabendo disso, assim que se apresentou ele disse a seguinte frase: Se Deus quiser, vim para ser o remédio da lateral esquerda vascaína!. Tal frase chamou a atenção da torcida vascaína, que passou a observá-lo mais de perto com a esperança dele cumprir o que havia dito.
No início nenhum torcedor vascaíno apostava suas fichas em Ramón como um dos destaques do time nesse ano de 2009, e sim em jogadores como Carlos Alberto, Jéfferson e Léo Lima, que além de serem mais experientes e mais conhecidos, contavam com o apoio da imprensa, que os apontavam como as principais contratações do Vasco para a temporada.
O tempo foi passando e a torcida que antes duvidava de sua capacidade passou a respeitá-lo e a tratarem com carinho. A entrega, a velocidade com que ataca e com que defende, a simplicidade, as boas atuações nos clássicos e a alegria que demonstra em estar jogando no Club de Regatas Vasco da Gama, fizeram de Ramón não só um simples destaque da equipe vascaína e sim o maior deles, o mais adorado pela torcida. Torcida essa que o tem como xodó e como peça importantíssima no elenco vascaíno; Torcida essa que quer ele fique por um bom tempo e sabe que apesar do pouco tempo de Vasco nele bate um sentimento. Sentimento esse que corre nas veias de milhares de pessoas no mundo inteiro, que contagia a tudo e a todos, que aumenta a cada amanhecer e que mostra que nem tudo vem com facilidade.
Sabem que Sentimento é esse?! É o amor pelo Club de Regatas Vasco da Gama, que não para e nem nunca vai parar!! E Sabe por quê?!? Pelo simples fato de todo vascaíno ter amor infinito e guardar no peito uma cruz... A cruz da esperança... A cruz da luta... A cruz da alegria... A cruz do Amor!!
Que a partir de hoje, quando se dirigirem a ele saibam que na sua frente está um representante da massa vascaína, que tem a cruz no peito e o rótulo eterno de Guerreiro da Colina. Guerreiro esse que atende pelo nome de RAMONSTRO e tem como missão trazer o Vasco de volta a elite... de volta ao local de onde nunca deveria ter saído!!
Agradecemos ao nosso leitor Carlos Junior pelo envio da matéria.