Conselheiros do Vasco fizeram um pedido por uma investigação interna para saber se Luiz Mello, CEO da SAF, mentiu ao tomar posse no cargo, em agosto do ano passado.
O que houve
- Um grupo de vascaínos quer saber se Mello ainda estava associado ao Flamengo quando assumiu a posição, o que quebraria uma das regras impostas na criação da Sociedade Anônima de Futebol.
- O termo de posse e um pedido por verificação foi entregue ao Conselho Fiscal do clube e também a membros do Conselho de Administração da SAF, e há o aguardo pela solicitação interna de averiguação, que passa pelo compliance, para o tema ganhar novos contornos.
- No documento firmado há o impeditivo em ter "vínculo associativo com clube ou entidade de prática esportiva, exceto pelo acionista fundador", neste caso, o Vasco. Ele foi assinado em 31 de agosto de 2022.
- A movimentação dos conselheiros ganhou força após circularem nas redes sociais prints recentes que mostravam o CPF de Mello como ativo no quadro de sócios-torcedores do rival.
- A ação não indica um resultado direto sobre o futuro de Luiz Mello, mas tem o intuito de alertar a 777 Partners. Vale lembrar, a associação tem 30% das ações e, sendo assim, a palavra final no departamento é da empresa norte-americana que contra a SAF.
O UOL procurou o departamento de futebol do Vasco e Luiz Mello, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Caso haja um posicionamento, a reportagem será atualizada.
Descontentamento antigo
- O descontentamento só cresce e ganhou proporções maiores ainda no ano passado, quando Mello, que era CEO da associação, esteve à mesa nas negociações da SAF e, posteriormente, "pulou o muro" e assumiu cargo na empresa. Além disso, o desempenho em diversos campos da administração fez esse cenário ficar ainda pior.
- Mais que os resultados em campo, são citados também quedas no sócio-torcedor, as condições atuais de São Januário e a forma como é feita a comunicação com a torcida.
- Fontes ouvidas pelo UOL indicam que, antes da SAF, Mello estava limitado pelos vices das pastas, mas que, com plenos poderes após a mudança de cargo, o diálogo passou a ter mais barreiras.
- Uma outra questão que gera incômodo é que, muitas vezes, a atual diretoria do futebol integrante da SAF viu os protestos da torcida apenas como "coisa da política", e não como uma revolta dos vascaínos pela sequência de resultados negativos.
- O Conselho Administrativo vem buscando contato diretamente com a 777 para fazer alertas sobre o atual momento e pedir mudanças, e há pressão pelo desligamento do CEO.
- Recentemente, foi pedida uma reunião emergencial para debater pontos relacionados ao elenco, em uma tentativa de alterar a conjuntura negativa no Brasileiro. Um encontro do órgão, a princípio, está agendado para o próximo dia 21.