O Conselho Deliberativo adiou, mais uma vez, a conclusão da reforma do estatuto do Vasco. Em sessão realizada na noite desta terça-feira, na Sede Náutica, na Lagoa, o debate ficou marcado pelo avanço da aprovação das novas regras para o sócio votar e ser candidato a presidente e dos critérios de punição para o dirigente que cometer ato de gestão temerária.
Porém, a análise de alguns pontos considerados polêmicos ficou para depois. Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, deverá convocar nova reunião para a primeira semana de março. Será quando haverá a chance de concluir o debate.
Antes da sessão, a comissão de justiça, que investiga a associação em massa registrada em agosto de 2019, pediu a suspensão do presidente Alexandre Campello.
Houve diversas confusões e paralisações do encontro, que dourou três horas e meia - ele foi a continuidade do ocorrido no último dia 4, quando a discussão não foi finalizada. O bate boca ocorreu especialmente nas tentativas de verificar o quórum e de costurar um acordo para modificar o artigo que versava sobre a inelegibilidade de dirigentes. Monteiro e Campello, adversários políticos, discutiram asperamente, e o segundo chegou a ameaçar abandonar a reunião. O que não aconteceu.
Depois de muita insistência e de ao menos três interrupções da sessão, motivadas por gritos de desentendimento, o quórum foi verificado e, então, um acordo acabou por ser celebrado. Foi ele que garantiu a continuidade da sessão.
Monteiro, Campello, Julio Brant (conselheiro e líder do "Sempre Vasco"), Alexandre Bittencourt (benemérito) e Luis Manoel Fernandes (grande benemérito) conversaram e concordaram que Bittencourt apresentasse uma emenda sobre a mudança do artigo que tratava da inelegibilidade de dirigentes: a retirada do texto da expressão "reprovação de contas". Anteriormente, a proposta era de tornar inelegível por 10 anos, prazo que caiu para cinco posteriormente, o presidente que tivesse as contas reprovadas. Detalhe: na semana passada, Campello teve reprovadas no Conselho as contas referentes ao ano de 2018.
- O que foi feito aqui foi um acordo, afinal, a Diretoria Administrativa tem um temor que isso seja usado de forma política. Não concordo pessoalmente com a retirada do termo “reprovação de contas”, mas peço que a emenda seja aprovada para darmos fim ao impasse pelo bem maior de aprovação da reforma - discursou Luis Manoel Fernandes.
- A proteção ao clube continua por força de lei. Ficará inelegível quem não apresentar as contas - disse ao plenário Alexandre Bittencourt.
O conselheiro Leonardo Rodrigues, do Fuzarca, por sua vez, apresentou outra emenda sobre o mesmo tema: uma sindicância deveria ser aberta para dar nova chance de defesa a quem tivesse as contas reprovadas. Desta forma, em caso de confirmação da reprovação, a inelegibilidade seria mantida.
- É fundamental que haja punição em caso de reprovação - afirmou.
O que foi, então, aprovado?
Entre os principais pontos aprovados, estão:
O que, então, foi adiado?
Entre os principais pontos, estão:
E o pedido de suspensão de Campello?
A comissão de justiça, por seis votos, pediu a suspensão do presidente Alexandre Campello por cinco dias - cinco integrantes votaram pela punição de advertência. Houve o entendimento de que o presidente foi culpado por obstruir o trabalho da comissão de sindicância, que tentou apurar se houve irregularidade nas associações registradas em agosto de 2019.
O pedido terá de ser votado pelo plenário do Conselho Deliberativo em futura sessão. Será quando Campello poderá apresentar nova defesa. Caso seja confirmada sua punição, o vice-presidente Elói Ferreira assume o clube.