Na noite de quinta-feira, o Conselho Fiscal do Vasco decidiu não se manifestar sobre o orçamento de 2013 apresentado pela diretoria e rejeitou emitir parecer sobre o assunto, com a alegação de que a data-limite para que fosse protocolado na secretaria, 30 de novembro, não foi respeitada, uma vez que o documento foi entregue apenas no dia 17 de dezembro. Além disso, de acordo com o órgão, não há informações sobre os gastos realizados em períodos passados e sobre a suplementação e o remanejamento de verbas do orçamento de 2012.
Sem aprovação ou reprovação do Conselho Fiscal, o orçamento será votado na próxima quinta-feira pelo Conselho Deliberativo, que vai definir se aceita os números apresentados. Segundo Hélio Donin, presidente do Conselho Fiscal, a atitude foi tomada como forma de não prejudicar a gestão, já que foi considerada inviável a análise dos documentos.
- Há parecer que sugere aprovação e parecer que não sugere, e nós fizemos uma negativa do parecer por não ter tido condição de elaborar o parecer. Para não prejudicar a diretoria, o andamento do serviço, nós passamos isso para o Conselho Deliberativo, que na realidade é quem aprova ou não aprova. Ficamos, sim, em cima do muro. Por que isso? Primeiro, o tempo foi muito curto. Segundo, o problema de não termos base para justificar aquele parecer. Não tivemos condição de fazer isso. Não é justo a gente dar parecer negativo ou positivo em cima de uma coisa que não tem como analisar. Por que não tivemos? Porque não temos balanço, não temos balancete, discutimos o de 2011 ainda. A base disso seria 2012 para fazer 2013. Se eu não tenho parâmetro para avaliar isso, como vou dar parecer? O Conselho Fiscal não tem condição de dar parecer - explicou Donin.
Apesar de o Conselho Fiscal ter ficado em cima do muro na avaliação do orçamento de 2013, um dos grupos de oposição do clube, a Cruzada Vascaína, se manifestou de forma negativa sobre os números apresentados e fez ataques à diretoria cruz-maltina, principalmente ao presidente Roberto Dinamite. Leonardo Gonçalves, líder do grupo, criticou o fim dos esportes olímpicos no clube, que estaria previsto em orçamento, além da demissão de funcionários.
- Quem fez esse orçamento acabou de assinar a confissão de que eles quebraram o Vasco. E confessaram também que são incompetentes para lidar com essa situação. Acabar com todos os esportes e mandar para a rua um monte de empregados sem pagar seus direitos não pode ser solução séria para um clube como o Vasco - disse Leonardo.
O GLOBOESPORTE.COM não encontrou o vice-presidente de finanças do Vasco, Nelson de Almeida, para comentar o assunto.