A estreia do novo Maracanã rendeu bons lucros para Fluminense e Maracanã SA. No primeiro jogo do estádio sob administração privada, o Maior do Mundo mostrou todo seu potencial de ser a galinha dos ovos de ouro de Odebrecht, IMX Venues e AEG pelos próximos 35 anos, duração do contrato de concessão.
Responsável por arcar com boa parte das despesas operacionais das partidas, o consórcio teve que desembolsar mais de R$ 216 mil em pagamento de árbitros, equipe antidoping e demais custos. Porém, ainda assim, deixou o Maracanã com R$ 291.484,33 nos bolsos.
Com base nos dados e números previstos no estudo de viabilidade econômica do complexo Maracanã, realizada antes da licitação pela IMX, o valor recebido pela concessionária na partida, se mantido em todos os jogos daqui em diante, fará com que a Maracanã SA passe a ter somente lucro a partir do décimo ano de administração.
A conta é simples. Obrigado a ressarcir o Governo do Estado do Rio de Janeiro em R$ 181,5 milhões (R$ 5,5 milhões em 33 parcelas anuais), o consórcio obteria tal montante com a arrecadação de 605 jogos como o clássico entre Fluminense e Vasco. Também no estudo de viabilidade prevê-se a realização de 60 partidas de futebol por ano no Maracanã, fazendo com que todo a torna devida pela administradora ao poder público fosse quitada em 2023, restando 25 anos de lucros para o grupo empresarial.
Tal situação, porém, deve ficar ainda mais cômoda para a Maracanã SA. No jogo de domingo, a concessionária comercializou pouco mais de três dos 35 mil bilhetes que têm à disposição nas partidas do Fluminense. Além disso, a concessionária planeja a realização de três grandes shows no estádio por ano e mais uma série de reformas no entorno do Gigante de Concreto, tais como a instalação de bares e restaurantes nas áreas hoje ocupadas pelo estádio de atletismo Célio de Barros e o parque aquático Julio Delamare, aumentando ainda mais suas receitas.
Torna representa 16% do valor da reforma
Conforme o Yahoo! Esporte Interativo já noticiou, o valor da torna a ser paga pelo Consórcio Maracanã nos próximos anos é irrisório perto do investido pelo Governo do Estado na última reforma do estádio. No total, as obras custaram R$ 1,1 bilhão aos cofres públicos, fazendo com que o ressarcimento da administradora corresponda a apenas 16% do que foi gasto na reforma.
Antes disso, o Mário Filho já havia passado por duas outras grandes intervenções, em 1999 para a disputa do Mundial de Clubes do ano seguinte e em 2005, para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016, novo fechamento do estádio para novas adequações ainda não foi totalmente descartado.