Conspirações, tramas, traições, ameaças, ações na Justiça... A eleição do Vasco tem o roteiro digno de um filme que se encaminha para os últimos capítulos. Nesta sexta-feira, a partir das 20h, na sede do clube na Lagoa (RJ), uma reunião do Conselho Deliberativo definirá o presidente do próximo triênio. E como um bom longa-metragem, o trecho de maior emoção ficou para o fim, com o candidato de oposição Julio Brant - outrora favoritíssimo - ameaçado de não ratificar sua vitória e podendo ser derrotado por uma inesperada coligação entre seus ex-aliados e antigos adversários simpatizantes de Eurico Miranda.
A surpreendente mudança no tabuleiro político vascaíno se deu tão logo, em campo, o Cruzmaltino foi derrotado em casa, na estreia no Campeonato Carioca, por 2 a 0 para o Bangu. Alexandre Campello, que chegou a ser candidato e abriu mão de concorrer para se aliar a Brant e derrotar Eurico, foi ao Facebook anunciar ao vivo que havia rompido de vez com o vencedor da eleição entre os sócios. De forma clara, informou que não será mais o vice-presidente geral do clube caso Julio confirme seu primeiro lugar, algo que havia sido acordado entre os dois previamente antes de formarem a aliança.
Embora não tenha deixado claro que ele e seus apoiadores irão migrar os votos contra Brant, são grandes as chances de que o médico e seu braço-direito Roberto Monteiro formem uma candidatura própria. A priori, o grupo de Eurico lançará outra, sendo o nome mais forte para representá-los Antônio Peralta, figura antiga da política cruzmaltina, seguido por Luis Fernandes, ex-presidente do Conselho Deliberativo. Não está descartada, porém, uma aliança entre os dois grupos, algo que consideram como uma ameaça fortíssima a Julio, levando em consideração a influência que possuem entre os conselheiros.
Para romper com Brant, Campello se justificou dizendo que não houve diálogo entre as partes e que o candidato não cumpriu com o prometido. Em suas palavras, se considerou "traído". Anteriormente cogitado para assumir também a vice-presidência de futebol, ele teria tido divergências em relação à gestão de tal pasta.