Cinco pontos separam o líder Corinthians (16) e o nono colocado Vasco (11), que se enfrentarão às 21h50 da próxima quarta-feira, no Pacaembu, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Mas a semelhante história recente dos clubes os aproximam.
Da Série B ao título da Copa do Brasil, de um início de uma nova gestão no futebol no meio da crise que culminou em descenso à afirmação com uma conquista de relevância nacional. Os paralelos entre o Timão e o Gigante da Colina vão além das cores preta e branca.
No último dia 8 de junho, Felipe e cia. levantaram o troféu da primeira Copa do Brasil depois da derrota por 3 a 2 para o Coritiba, no Couto Pereira - a vantagem pelo gol fora de casa lhes garantiram a glória, uma vez que haviam superado o Coxa por 1 a 0 no Rio de Janeiro.
A afirmação vascaína aconteceu um ano e sete meses após o retorno à Série A. Embora a volta à elite tenha ocorrido com quatro rodadas de antecedência, sob a batuta de Dorival Júnior (2 a 1 sobre o Juventude, em novembro de 2009), as dúvidas sobre São Januário só cessaram quando Fernando Prass ergueu a taça da Copa do Brasil deste ano.
O presidente Roberto Dinamite, o maior jogador da história do Vasco, foi da tempestade à bonança no cargo. Na metade de 2008, sucedeu Eurico Miranda e não conseguiu reestruturar o clube a ponto de evitar o rebaixamento no Brasileiro. Nesta temporada, no entanto, o ex-camisa 10 assistiu aos comandados de Ricardo Gomes atingirem um feito inédito para o Vasco.
Com o adversário de quarta-feira menos pressionado por já ter feito a alegria do torcedor no ano, o corintiano Julio Cesar alerta para o Timão seguir o caminho no primeiro título em 2011.
- Por ter ganhado Copa do Brasil, o Vasco é um time que não tem um grande objetivo no Brasileiro, mas não podemos deixar de pensar na conquista do nosso primeiro título no ano - afirmou o goleiro.
Como o Corinthians foi vice do Paulista para o Santos e caiu precocemente na Copa Santander Libertadores para o Tolima (COL), a equipe de Tite tem no Brasileiro a última oportunidade de beliscar um caneco.
A atual pressão da Fiel, no entanto, nem se compara à de dezembro de 2007. Na última rodada daquele Nacional, o empate em 1 a 1 com o Grêmio, no Olímpico, sacramentou o rebaixamento à Segundona.
O capítulo mais triste da história do clube do Parque São Jorge foi escrito na gestão de Andrés Sanchez, que já havia ocupado a cadeira que fora Alberto Dualib por longos anos.
A reviravolta, no entanto, não demorou a acontecer, com Andrés na presidência. Assim como o Vasco, pegou o elevador da Série com antecedência - a volta foi ainda mais cedo, na 32ª rodada, ao vencer o Ceará por 2 a 0, no Pacaembu.
Diferentemente dos vascaínos, os corintianos foram campeões da Copa do Brasil logo no ano seguinte à ascensão ao nível máximo do futebol brasileiro. Sob o comando de Mano Menezes e com belos gols de Ronaldo, a taça foi levantada em Porto Alegre, após empate em 2 a 2 com o Internacional - havia vencido o primeiro jogo por 2 a 0.
Com as feridas cicatrizadas, Corinthians e Vasco estão fortalecidos para o embate no meio de semana. O jogo não vale taça, mas o posto que ocupam depois de tanto sofrimento não deixa de ser uma conquista.