"O Coutinho está carregando um mundo nas costas", disse Pedrinho em uma das respostas da longa entrevista coletiva concedida na quinta-feira. É com o afago do presidente que o craque ex-Liverpool e Barcelona tenta superar o mais recente problema muscular sofrido para ter condições de ajudar o Vasco nas cinco últimas rodadas do Brasileirão.
Aos 33 anos, Coutinho já perdeu nove jogos por questões físicas desde que voltou ao Vasco. O problema mais recente foi um desconforto muscular na coxa que o tirou das partidas contra Bahia e Botafogo, 31ª e 32ª rodadas, respectivamente. Na derrota para o Fortaleza, último compromisso antes da paralisação para a Data Fifa, ele entrou no segundo tempo e atuou por cerca de 20 minutos.
- Ele treina igual um cavalo, se mata de treinar, as pessoas passam para ele as métricas de intensidade e volume para ele ser poupado, e ele pede para treinar mais. Até por isso ele se machuca. Ele acha que tem que treinar o tempo inteiro e está numa cobrança anormal - disse Pedrinho na coletiva.
"É injusto. A dedicação e respeito dele são enormes. Meu desejo é de que ele relaxe um pouco, está carregando um mundo nas costas. É igual a mim: quer consertar 40 anos de Vasco sem ter culpa de nada", completou.
Desde chegou, Coutinho segue um cronograma cautelosamente estabelecido por direção e comissão técnica com o objetivo de fortalecer o condicionamento e não pular etapas no processo de preparação. O técnico Rafael Paiva disse em mais de uma ocasião que o plano não era contar com craque o mais rápido possível, mas, sim, poder tê-lo à disposição sempre.
Essa é a segunda vez que Coutinho precisou ter sua sequência interrompida. Com o novo problema muscular, o planejamento de certa forma foi reiniciado, e o jogador vai tentar tirar proveito das quase duas semanas sem jogos em função da Data Fifa para aprimorar o ritmo e chegar pronto na reta final da temporada.
O Vasco volta a campo na próxima quinta-feira para enfrentar o Internacional, em São Januário. Em seguida, pega Corinthians (fora), Atlético-GO (casa), Atlético-MG (casa) e Cuiabá (fora).
- A gente sempre tem que falar de futebol, mas eu não consigo tirar o lado humano das coisas. Se o Coutinho fosse um jogador sem comprometimento, dedicação, eu não falaria. Mas ele é extremamente profissional. Quando a gente escuta a própria torcida machucando ele, ele se sente ferido como ser humano - disse Pedrinho na quinta-feira.
- O que tenho para falar para o Coutinho é para ele ser profissional como é, mas relaxar, tirar essa pressão que está em cima dele. Ele não veio para consertar nada - concluiu o presidente.
Coutinho tem 13 jogos disputados nessa segunda passagem pelo Vasco, sendo sete deles como titular. E marcou dois gols: um no clássico contra o Flamengo, no Brasileirão, e outro no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG.