A Comissão Médica Especial, criada para garantir a eficácia e a segurança do Protocolo Médico da CBF, divulgou a análise de 47.450 testes RT-PCR em 1.161 partidas do Campeonato Brasileiro Masculino das Séries A, B, C, D, Aspirantes, Sub-20 e Sub-17 de 2020, durante a pandemia de Covid-19. A taxa de positividade encontrada foi de 1,7%.
Este trabalho é o maior levantamento de dados referentes à pandemia de Covid-19, envolvendo o futebol, no mundo: 1.742 horas de jogo, contando ainda com mais de 60 mil inquéritos epidemiológicos checados, individualmente, pela Comissão Especial. A análise de 67 interações em que o time adversário tinha ao menos três atletas afastados por teste RT-PCR positivo, por no mínimo três semanas, evidenciou que o registro de transmissão em campo, enquanto estava sendo realizado uma partida, até o momento, foi nulo.
– A vigilância ativa por meio de testagem ampla com testes RT-PCR impediu que jogadores, mesmo assintomáticos, participassem das partidas. Os dados evidenciam a eficácia das medidas de prevenção contra a Covid-19 propostas no guia [Guia Médico de Sugestões Protetivas para o Retorno às Atividades do Futebol Brasileiro]. Precisamos manter a atenção com as medidas de proteção no cotidiano para seguir enfrentando o cenário de pandemia – destacou o coordenador da Comissão Médica Especial e presidente da Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF), Jorge Pagura.
Segurança para os atletas
Pagura listou as quatro principais conclusões do estudo, que representam as importantes contribuições do relatório para a ciência desportiva:
1) É seguro testar atletas e comissão técnica, antes dos jogos, através do melhor exame laboratorial, atualmente, disponível (RT-PCR) e liberar para as partidas os jogadores assintomáticos com teste negativo, mesmo que eles tenham tido contato com um adversário que, após o jogo anterior, tenha apresentado exame positivo;
2) É fundamental afastar atletas sintomáticos com suspeita e com o Covid confirmado (RT-PCR positivo) por 10 dias, mantendo-os em isolamento respiratório. Também evita que estes atletas transmitam o coronavírus para outros atletas e pessoas do seu convívio social e familiar;
3) É importante afastar jogadores assintomáticos com RT-PCR positivo para o novo coronavírus por 10 dias, mantendo-os em isolamento respiratório. Aumenta a segurança e evita que estes transmitam o coronavírus para outros atletas e pessoas do seu convívio social e familiar;
4) Ao afastar atletas assintomáticos com RT-PCR positivo, a CBF está contribuindo para o enfrentamento da pandemia em conjunto com a sociedade brasileira, retirando do clube e do convívio social e familiar indivíduos que poderiam estar transmitindo o coronavírus.