A CBF prepara a divulgação do balanço de contaminações por Covid-19 na temporada 2020 do futebol brasileiro para a próxima semana.
Segundo O GLOBO apurou, a entidade acredita que o sucesso que o protocolo obteve, com baixa taxa de infecção, é suficiente para embasar a continuidade das competições em 2021. Os dados devem se tornar públicos segunda-feira.
Em novembro, a entidade publicou informações de 47 mil exames feitos até então, com taxa de positivos de 1,7% nos testes PC-R realizados em mais de 1,1 mil partidas de diversos campeonatos da entidade.
Nesta quinta-feira, o Ministério Público informou que vai solicitar a paralisação dos campeonatos através de uma carta endereçada à entidade, assinada em conjunto pelos presidentes das comissões estaduais do MP que tratam da segurança nos estádios.
Esta semana, a CBF realizou o sorteio da Copa do Brasil, com 40 jogos a serem disputadas nas próximas duas semanas em todo o país. Procurada pela reportagem, a entidade não se pronunciou. Quem é favorável à manutenção do futebol cita exemplos dos países europeus. Lá, mesmo durante o bloqueio total das atividades, os campeonatos prosseguiram. Mas o MP é contra, temendo que "esses deslocamentos de equipes de um estado para outro trarão mais possibilidade de contágio", afirmou o presidente da Comissão Nacional de Combate e Prevenção à Violência nos Estádios do Ministério Público, Valberto Lira ao ge.
SC, PR e AC: adiados
No Brasil, as decisões não partem dos entes esportivos. As suspensões ou adiamentos atuais seguem decretos governamentais. No momento, apenas três federações tiveram de suspender ou remanejar jogos: Ceará, Paraná e Santa Catarina. O Acreano teve seu início, marcado para domingo, adiado.
Tanto o Paranaense quanto o Catarinense foram paralisados por causa de decretos de governo. Os dois estados vivem o pior momento da pandemia, com lotação dos hospitais.
No caso de Santa Catarina, cidades como Chapecó, Criciúma e Tubarão proibiram a realização de jogos por 15 dias. Assim, a federação local se viu obrigada adiar as rodadas do estadual até o dia 19. Na Copa do Brasil, os clubes locais farão seus jogos fora de casa.
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O Paraná se encontra sob decreto estadual desde 27 de fevereiro, que prevê o fechamento de todas as atividades não essenciais até 8 de março. Curitiba, Cascavel, Toledo, Londrina e Maringá seguiram as determinações e proibiram a realização dos jogos. Das 12 partidas das duas primeiras rodadas, só duas foram realizadas. A terceira rodada, que seria neste fim de semana, foi suspensa.
A Federação Paranaense pensa em retomar os jogos na terça, um dia após o fim do decreto estadual, caso ele não seja renovado.
CE: sem jogos na capital
No Ceará, o lockdown em Fortaleza causou alteração apenas em um jogo da rodada deste fim de semana. As partidas no interior estão mantidas, e a Federação Cearense ainda estuda se vai manter ou adiar o início da segunda fase, no próimo dia 10. Jogos da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil estão permitidos.
— Argumentamos que haveria prejuízo financeiro aos nossos principais clubes — diz o presidente da Federação Cearense, Mauro Carmélio.
RS: partidas depois das 20h
No Rio Grande do Sul, as partidas estão permitidas. A única determinação do governo é que ocorram a partir das 20h, quando está previso um toque de recolher e o fechamento de bares e restaurantes, para evitar aglomerações.
— Não entramos nessa discussão de paralisação com os clubes nesse momento. Desde o ano passado, sigo as determinações do governo do Estado. Entendo que essa gestão das atividades deve ser feita pelo governo. Respeitamos os protocolos sanitários, mas a decisão é do governo. Eles estão confiantes nas nossas ações mas sim, vejo uma grande preocupação da população de uma forma geral em todo o país em relação ao momento atual e uma eventual necessidade de paralisação geral — disse Luciano Hocsmann, presidente da Federação Gaúcha.
RJ, SP e MG: sem mudanças
Os governos de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais não mexeram com o calendário do futebol em seus decretos recentes. A Federação Paulista e os clubes se apoiam no fato de que os protocolos utilizados para prevenção da Covid-19 foram analisados e aprovados pelo governo do estado de São Paulo.
A entidade carioca segue as diretrizes do estado. Se o governo mandar parar, vai parar. Mas reforça que e os médicos dos clubes do Rio elaboraram o protocolo Jogo Seguro, documento de biossegurança mais elogiado do país. Nele, apenas as questões sanitárias são tratadas. Qualquer decisão de cancelamento ou suspensão de partidas será determinado pelos órgãos públicos.