Quarta-feira, 13 de junho de 2001, 10h32, o presidente da CPI CBF/NIKE, deputado federal Aldo Rebelo, deu início a última sessão para a discussão do relatório final proposto pelo relator da comissão, o também deputado Sílvio Torres. Cinco horas e 55 minutos depois, o trabalho foi encerrado sem que o documento final tivesse sido aprovado.
Durante todo o dia, os deputados da CPI CBF/Nike fizeram um jogo de cartas marcadas. Os políticos apontados como defensores do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que formavam a chamada Bancada da Bola, tentaram aprovar um relatório alternativo feito para amenizar as acusações feitas pelo relator da comissão.
Um total de 19 deputados, dos 25 integrantes da CPI, assinaram o documento alternativo.
No texto apresentado pelo deputado federal baiano José Rocha, então filiado ao DEM, as 33 sugestões de indiciamento encaminhadas por Torres ao Ministério Público e demais órgãos federais e estaduais de investigação foram excluídas – entre elas, a do presidente da CBF e de outros 21 dirigentes de federações estaduais de futebol.
Ciente da manobra orquestrada pela Bancada da Bola, o presidente da CPI da CBF/Nike optou por encerrar a comissão sem a aprovação de um relatório final.
Inconformados com a falta do documento oficial,Torres e Rebelo encaminharam ao Ministério Público, à Polícia Federal e à Receita Federal as apurações, que originaram vários processos.
E para apresentar à opinião pública as conclusões da CPI, os dois políticos transformaram as investigações em um livro: “CBF/Nike as investigações da CPI do Futebol desvendam o lado oculto dos grandes negócios da cartolagem e passam a limpo o futebol brasileiro” (Ed. Casa Amarela, 2001).
Mas, em 2002, o presidente da CBF obteve uma liminar e recolheu todos os exemplares. Alegou que o livro tinha informações fiscais sigilosas.
Livro com informações sobre a CPI até hoje permanece embargado pela Justiça, a pedido da CBF
Mudanças
Silvio Torres
DEPUTADO FEDERAL
“De posse das informações apuradas pela a CPI CBF/Nike foi possível estabelecer uma nova legislação esportiva, que já tem aprovado o estatuto do torcedor e a chamada lei de moralização do futebol
Campanha
1,18 milhão de reais Foi o total doado pela CBF a candidatos nas eleições realizadas em 2002
280 mil reais A CBF distribuiu para candidatos nas eleições realizadas em 2004, já sem o perigo de sofrer nova investigação