Edílson mudou o sobrenome. Deixou de atender por Edílson do Flamengo para assinar Edílson do Vasco. Os dois gols da classificação para a semifinal da Copa do Brasil - o primeiro, um golaço - foram, para o atacante, apenas a primeira página de uma história que ele sonha escrever em São Januário. Esquecer o passado rubro-negro, títulos, gols e a condição de ídolo são outros capítulos que o Capeta quer em sua autobiografia vascaína.
O largo sorriso denuncia. Edílson, enfim, sente-se à vontade na Colina. \"Agradeço à torcida, que teve paciência. Ser ídolo em dois times rivais é muito difícil, mas eu serei. Esses gols são apenas o começo de uma história\", afirma o atacante.
Em 10 jogos, foram apenas três gols, mas dois de suma importância. \"Na hora que precisa, dou minha contribuição\", afirma Edílson, que revela os bastidores de sua liderança dentro do grupo: \"Sirvo de exemplo e me sacrifico para isso. Treino igual a todos, me concentro, corro, sem privilégios\".
A transição para a era Edílson explica a mudança de ambiente no time. Romário treinava quando queria, não se concentrava, aparecia horas antes do jogo, criticava a qualidade da equipe e não fazia questão de estreitar laços com jogadores. Sociável, o Capeta é todo sorrisos, treina como os outros jogadores e se concentra.
A imagem da nova união ficou clara na entrada em campo no jogo com o Volta Redonda: os jogadores de mãos dadas. \"Isso mostra o bom ambiente, com todos se ajudando\", analisa.
Sinceridade, essa é a explicação de Edílson para ser amado ou odiado: \"Sou sincero e, no futebol, isso pode acarretar coisas negativas\".
Edílson ainda lembrava o belo gol contra o Voltaço. \"O Tevez fez um gol que foi parecido e até chamaram ele de super-homem. Quero ver comigo\", brinca.
O atacante ainda não pode ser considerado um super-herói, mas demonstrou poderes para unir, classificar o time e sonhar com o título da Copa do Brasil. Edílson está com o Capeta.