Você conhece a VascoLibras? Afinal, quem está por trás de tanto amor e carinho em um projeto voltado para a inclusão? Não sabe?
Então fique ligado que preparamos uma matéria especialíssima e iremos te revelar tudo e mais um pouco sobre a vida da Iathsa Oliveira.
Afinal, quem é Iathsa Oliveira?
Yaya, como gosta de ser chamada, tem 27 anos, nasceu no Rio de Janeiro e hoje está se aventurando em Cerro Largo, há exatamente 1 ano e 2 meses. Morou por muito tempo em Niterói, no qual ainda nutre o desejo de retornar algum dia.
Fora do projeto VascoLibras, Iathsa é formada em Direito, pós-graduada em Psicologia Jurídica e Forense e em libras. Certificada em análise do discurso não verbal e hoje atua dando Consultorias Jurídicas, aulas, curso, mentorias e palestras no que se refere a libras.
Com tanto amor e carinho, Iathsa, carioca da gema, criou o projeto Vascolibras. O intuito é tornar os jogos do Vasco, notícias, e muito mais, de forma inclusiva e acessível em Libras (Lingua Brasileira de Sinais).
Como começou?
A ideia do projeto começou em 2019/2020. Com um grupo de sócios torcedores, que convidou Iathsa para gravar o hino do Vasco em libras. Yaya fez o vídeo, que acabou viralizando. Com o sucesso do vídeo e sua ampla divulgação, a intérprete passou a conseguir muitos contatos, e um desses, foi com Renato Oliveira, um dos administradores da comunidade surda vascaína.
Nesse breve contato, Renato convidou iathsa para fazer fazer parte do grupo, cujo o convite logo foi aceito.
“Aceitei, me senti honrada e sou a única ouvinte, tradutora e intérprete deles” – comenta Iathsa.
Esclarecendo dúvidas
A interprete ainda aproveitou para deixar claro alguns assuntos que são pertinentes, em todos os âmbitos.
“A primeira coisa é dizer que eles (surdos), não são “surdo-mudo”, “mudinhos”, eles são apenas surdos. Não desenvolvem a fala de forma eficaz por conta da surdez, mas emitem som (gritam, choram, reclamam). A mudez é outra deficiência”.
Importância da libras em meios rotineiros do esporte
Yaya reforçou também o quão importante é a presença de intérpretes nos jogos e coletivas por exemplo.
“A presença do intérprete nas coletivas, notícias, jogos e tours, estaria não só levando acessibilidade e inclusão, mas estariam mostrando que é um clube de todos e para todos de fato. A história do Vasco é muito sobre fazer as minorias serem vistas e reconhecidas”, reforça.
Preconceito vivido
Existem milhões de surdos no Brasil, e Iathsa mostrou toda a sua indignação com a sociedade, que, por muitas vezes, coloca o surdo como um ser “invisível”.
“Existem mais de 10,7 milhões de Deficientes Auditivos no Brasil. Para muitos destes, a Língua materna é a Libras e não o português. A sociedade coloca o surdo como “invisível” e os coloca no cantinho de esquecimento, mas em pleno em 2021 isso? Até quando eles serão privados de ter acesso de forma correta as informações?”, desabafa.
Dicas para quem deseja aprender Libras
Iathsa aproveitou também para reiterar que não é tão fácil assim o aprendizado de libras, afirmando que é necessário ter muita dedicação e amor.
“Para quem está aprendendo(Libras), não desista! Libras é prática, é treinamento, é vivência, é contato e acima de tudo, é amor!”, afirma.
Recado para o torcedor e fãs
A intérprete não deixou de enviar um recado para o torcedor vascaíno, e também para as pessoas que acompanham seu trabalho:
“Eu digo que todos nós sabemos libras, porém não temos consciência disso. Se eu te pedir para você fazer o sinal de casa, telefone, coração, gritar, sorrir.. você sabe fazer. O que falta é informação, o surdo está disposto a te ajudar, mas será que você está disposto a aprender?”, finaliza.