Existe a ideia de que somente vitórias e títulos são capazes de manter a chama de uma torcida acesa e garantir o surgimento de novas gerações. No caso do Vasco, as duas décadas de resultados ruins, com poucos troféus conquistados e as cinco temporadas na segunda divisão, não impediram o cruz-maltino de renovar sua base de apoio.
A pesquisa O GLOBO/Ipec aponta uma retomada da popularidade do Vasco entre torcedores entre 16 e 24 anos. Houve uma queda que foi revertida nos últimos anos, mesmo com a escassez de bons resultados dentro de campo.
No geral, o Vasco soma 4,2% da preferência dos torcedores brasileiros. Esse número é mais alto entre os mais velhos, de 60 anos ou mais (5,1%). Posteriormente, com a redução da idade dos entrevistados na pesquisa, esse número diminui gradativamente. Sai de 4,5% (45 a 59 anos), passa a ser 3,6% (35 a 44 anos) e chega a 3,1%, quando o entrevistado possui entre 25 e 34 anos. O número colocaria o cruz-maltino como a sétima maior torcida, em termos gerais. Veja os principais dados no infográfico abaixo.
A guinada para cima ocorre entre adolescentes e jovens adultos. Nessa faixa etária, o percentual de vascaínos é de 4,8%, levemente superior ao dos torcedores do Vasco, como um todo. O número indica estabilidade do número e até leve aumento no crescimento.
Uma peculiaridade da torcida do Vasco reforçada na pesquisa O GLOBO/Ipec foi sua presença marcante nas regiões Centro-Oeste e Norte do país. Elas foram consideradas uma só por questões metodológicas. Entre os entrevistados que vivem nessa área, o número dos que se disseram vascaínos foi de 6,3%. Ainda que carioca, o cruz-maltino é percentualmente menos presente no próprio Sudeste, 4,1%. Em termos absolutos, essa boa presença acaba pesando menos, uma vez que a região é a segunda menos populosa das quatro consideradas na pesquisa, à frente apenas da Região Sul.
Ainda em aspectos geográficos, o Vasco tem apoio maior em municípios mais populosos: são 5% nas cidades de mais de 500 mil habitantes; 4,1% nas que possuem mais de 50 mil e até 500 mil; e 3,6% nas que abrigam até 50 mil moradores. Os cruz-maltinos estão mais presentes em capitais (4,8%), depois no interior (4,1%) e um pouco menos na periferia (3,5%).
Quando consideradas raça e cor, afere-se que o clube de São Januário tem maior penetração entre os que se identificam como pretos ou pardos (5,3%) em relação aos brancos (3,1%). Também se destaca entre os que têm níveis de escolaridade mais baixos: 5,2% dos que fizeram o Ensino Fundamental, 4,2% daqueles que completaram o Ensino Médio e 2,6% entre os que concluíram o Ensino Superior.