Dedé, o Mito, deu a volta ao mundo em 90 dias

Para a torcida, Dedé pode ser mito. Entretanto, ele também é ser humano. Desde que voltou a jogar, no começo de junho, o zagueiro tem sido submetido a uma das sequências mais duras de jogos e viagens do futebol brasileiro. Nem mesmo Neymar entrou tanto em campo no período. O sinal de alerta está ligado para que o jogador não caia diante do cansaço.

A primeira medida da comissão técnica vascaína foi liberá-lo do treino da última quinta-feira, no Vasco-Recreio. A rotina de trabalho de Dedé tem sido extenuante. Para se ter uma ideia, semana passada, ele chegou a jogar pela Seleção na segunda-feira, treinar com o Gigante da Colina na terça e enfrentar o Palmeiras, pelo Brasileirão, na quarta.

Ele é o jogador do elenco vascaíno, ao lado de Fernando Prass, que mais atuou desde o jogo contra o Bahia, dia 10 de junho. Foram 22 partidas disputadas, 18 pelo Cruz-Maltino, quatro pelo Brasil. Neymar, no mesmo período, esteve em campo 21 vezes, contando com amistosos, Jogos Olímpicos de Londres e partidas pelo Santos.

Por mais que Dedé seja jovem, a comissão técnica do Vasco – ao lado da preparação física e da fisiologia do clube – está atenta para que o principal zagueiro do elenco não corra o risco de desfalcar o time nesta reta final de Campeonato Brasileiro. O jogador receberá cuidados especiais para que permaneça em campo.

– Ele terá uma projeção diferente. Vamos cuidar da recuperação dele. Daremos esse suporte a ele e faremos um trabalho para manutenção de força. Vamos ter esse cuidado com ele de fortalecimento muscular. O trabalho aeróbico, técnico e tático dele durante a semana foi o jogo. Essa é diferença. Haverá sim um trabalho especial – afirmou o preparador físico Juvenílson de Souza.



Com a palavra

Daniel Gonçalves - Fisiologista do Vasco

Hoje, o Dedé está atingindo o ápice

ogador, quando tem uma lesão óssea, volta protegendo, um pouco mais inseguro. Ele fez, paralelamente ao trabalho de recuperação, um trabalho de condicionamento, por estar apto a treinar e não a jogar. Ele voltou um pouco abaixo dos demais atletas, segurando um pouco.

Paralelamente a isso, fizemos um trabalho visando os pontos fortes do Dedé: velocidade, mudança de direção... Hoje, ele está atingindo o ápice, o mais próximo do considerado ideal.

Estresse foi causa de lesão

Antes da partida contra o Bahia, que marcou seu retorno aos gramados, o zagueiro Dedé ficou cerca de dois meses de molho por causa de um edema ósseo na fíbula da perna esquerda.

A lesão do jogador foi causada por estresse, ou seja, excesso de carga de exercícios no local do problema. Dedé, no começo do ano, veio de uma sequência forte de jogos, convocado para a Seleção Brasileira e disputando duas competições paralelamente pelo Vasco: o Campeonato Carioca e a Copa Santander Libertadores.

A lesão sofrida em abril passado foi a primeira de maior gravidade na carreira do zagueiro.