Duas barreiras do Vasco, dois objetivos parecidos. Enquanto a favela sonha com a pacificação após a ocupação por parte das polícias civil e militar, ocorrida domingo passado, Dedé vislumbra na conquista da Taça Guanabara o fim dos questionamentos a respeito de seu momento. Contra o Fluminense, a atuação já foi digna de elogios. Caso leve a melhor na disputa com o Botafogo, domingo, o jogador levantará seu primeiro troféu como capitão.
Tanto a seriedade no semblante de Dedé quanto a cicatriz de cinco pontos sob o olho esquerdo, fruto de uma dividida com Renato Silva semana passada, mostram um zagueiro marcado pelo começo de temporada turbulento. Com desempenho irregular em campo e assediado fora pelo Corinthians, ele sonha com uma taça que poderá valorizá-lo.
Penso em mim e no clube, no tempo em que o Vasco não comemora este título. Quero muito levantar a taça, não me importa como. Sabemos que nós, jogadores, podemos ser valorizados, reconhecidos com a conquista disse o capitão.
Para que isso aconteça, o Vasco conta com a vantagem do empate na finalíssima no Engenhão. Algo que Dedé reconhece como um trunfo para o time de São Januário. O zagueiro, porém, não abre mão do velho clichê de que em clássico não há favorito.
O retrospecto em decisões, porém, joga contra o discurso do vascaíno. Em nove finais entre as equipes na história, o Cruzmaltino venceu apenas uma, ainda em 1965. Pelo menos, uma coincidência desvia o vento na direção da Colina: a vitória aconteceu justamente em uma disputa de Taça Guanabara.
Atualmente, o jejum do time no primeiro turno do Campeonato Carioca já dura dez anos. Talvez por isso que a decisão de domingo esteja sendo levada tão a sério por Dedé. Essa barreira, o Vasco não pode se dar ao luxo de ver ocupada:
Temos uma responsabilidade grande. Não apenas eu, mas também os outros mais experientes. A concentração precisa ser total.