Trata-se de mais um caso de retorno do filho pródigo. Ou seria uma remontada, como os falantes de língua espanhola dizem quando um time consegue uma virada improvável. Em janeiro, Desábato viajou ao Rio de Janeiro rumo a um cenário de incertezas e se despediu de Buenos Aires sem fazer muita falta. Ontem, desembarcou novamente na capital argentina, mas com o status de um dos melhores jogadores do Vasco na atual temporada.
Amanhã, pela Libertadores, ele enfrentará o Racing, adversário que conhece muito bem. Em cinco partidas contra o time de Avellaneda, acumulou duas vitórias, um empate e duas derrotas. Pelo visto, o futebol argentino é que não o conhecia tanto. As nove temporadas pelo Vélez Sarsfield não foram suficientes para convencer os conterrâneos de seu valor.
Aos 28 anos, desgastado com a temporada ruim do time argentino, que brigou para não ser rebaixado, ele optou por não renovar contrato. Ficou livre para assinar com qualquer clube e deixou a diretoria do Vélez sem retorno, insatisfeita com a despedida de bolsos vazios.
— Ele não terminou bem com o Vélez, porque não permitiu ao clube ganhar algum dinheiro com a saída dele — explicou Juani Amicuzzi, jornalista argentino.
Foi assim que Desábato desembarcou no Vasco sem maiores custos para a diretoria cruz-maltina. Neste caso, o barato não saiu caro, pelo contrário. Sem gerar grandes expectativas, rapidamente conquistou a confiança do técnico Zé Ricardo e da torcida. Foi eleito o melhor volante do Campeonato Estadual muito pelo aproveitamento nos passes. Na primeira rodada do Campeonato Brasileiro manteve a batida: de acordo com a CBF, foi quem mais brilhou no fundamento, com 96% de acerto.
— Aqui na Argentina ele rendeu bem, mostrou ser um grande jogador, mas não chegou a ser um ídolo ou uma referência — ressaltou Amicuzzi.