O Vasco anunciou no fim de agosto uma atualização em seu escudo, em um projeto de revisão da identidade visual com ajustes para modernizar o símbolo do clube tendo como ponto principal a reestilização do desenho da caravela.
Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, o designer Glauco Diógenes analisa as mudanças e elogia o trabalho realizado para o Vasco, que tem um escudo complexo, com muitos detalhes. Porém, ele ainda não considera que o trabalho para o Cruzmaltino tenha atingido o mesmo nível que o do rival Flamengo em seu redesign.
"O Vasco, até demorou um pouco mais para fazer, mas é exatamente isso, como é que você faz isso dentro de um contexto e de um formato. O símbolo do Vasco é bem mais complexo e é um dos mais complexos que a gente tem dentro do cenário brasileiro, e com muitos elementos. Como é que eu consigo trabalhar da melhor maneira possível, modernizar isso, sem descaracterizar e sem ferir as origens? Eu acho que o trabalho feito para o Vasco é um trabalho bom, não é um trabalho do nível que foi feito para o Flamengo, eu acho que está bem distante", afirma Glauco.
A respeito do escudo do Vasco, o designer chama a atenção para o fato de a empresa que redesenhou o projeto ter participado apenas do escudo principal e não das outras marcas que o clube tem, o que seria importante em sua avaliação.
"O Vasco tem outras marcas complementares, que são de basquete, de outros esportes e de outros produtos que o Vasco anuncia e que de uma certa maneira não foram feitos por essa mesma empresa. Essa empresa fez só esse trabalho de modernização da identidade principal do Vasco. Mas quando você faz um trabalho desse grau, desse nível de importância, o principal que você tem que fazer também é pegar as submarcas e hierarquizar para que todas façam parte do mesmo guarda-chuva e tenham essa mesma unidade", explica.
"O Flamengo conseguiu fazer isso. De novo, o escudo do Flamengo é bem menos complexo, mas se você parar para perceber com detalhes os ajustes que foram feitos, parece que são mudanças mínimas, mas não são. É mais ou menos comparar como a gente se veste hoje e você pegar uma roupa sua dos anos 1980. É literalmente a mesma coisa, porque o logo, o escudo, é um ente vivo, ele vai atravessando o tempo assim como a gente e ele vai se adaptando ao tempo presente. No caso do Flamengo —outros clubes brasileiros também fizeram um trabalho bacana—, mas o do Flamengo, eu acho que é o principal case brasileiro neste momento de readequação", conclui.