Futebol

Desmanche, goleiros e trocas no comando: O rebaixamento do Vasco

Foram apenas cinco anos desde o primeiro rebaixamento da história do Club de Regatas Vasco da Gama. Quando voltou à elite, em 2009, nenhum vascaíno apostaria que o clube viveria o mesmo drama em tão pouco tempo. Apesar de ter vivido dias de protagonismo de 2008 para cá, o rebaixamento do cruz-maltino em 2013 foi uma tragédia anunciada por todas as dificuldades que o clube atravessou.

Crise financeira e desmanche da equipe em 2012

Vindo de uma temporada vitoriosa com o título da Copa do Brasil e o vice campeonato brasileiro, em 2011, o Vasco fez uma boa campanha na Libertadores da América no ano seguinte, deixando a competição nas quartas de final. O segundo semestre, no entanto, terminou com a saída de seus principais jogadores e consequentemente a perda da vaga para a Libertadores na América.

Lutando contra uma grave crise financeira, o clube não conseguiu segurar o elenco. Além de Diego Souza, Fagner e Allan, negociados com outros clubes, o Vasco perdeu ainda Nilton e Fernando Prass. Nem mesmo o ídolo Juninho Pernambucano permanceceu. Por fim, o zagueiro Dedé foi negociado com o Cruzeiro já este ano.

Trocas no comando e reforços abaixo da expectativa

Sem dinheiro em caixa para repor o elenco com reforços a altura, o Vasco acabou recorrendo a contratações por empréstimo e apostas em jogadores até então desconhecidos no cenário nacional. No comando técnico, uma solução da casa: Gaúcho foi mantido no cargo para o Campeonato Carioca.

Após ser derrotado na decisão da Taça Guanabara para o Botafogo, o Vasco perdeu o rumo e emplacou uma sequência de derrotas na Taça Rio, que culminou na demissão do técnico Gaúcho. Apesar da situação financeira delicada, o clube trouxe Paulo Autuori sob a promessa de que iria regularizar os salários atrasados dentro do prazo determinado.

Após os jogos iniciais do Brasileirão, Autuori trabalhou durante toda a paralização da Copa das Confederações, mas não conseguiu colher os frutos desse trabalho. Além dos resultados ruins dentro do gramado, a diretoria não conseguiu dar uma tranquilidade financeira para o grupo e, por isso, Autuori pediu demissão do cargo.

Para dar sequência ao trabalho, Dorival Júnior foi contratado e pouco tempo depois, o clube celebrou o acordo de patrocínio com a Caixa e a Nissan. Junto com os patrocinadores, vieram os reforços e a esperança de que o clube viveria dias mais tranquilos. A volta de Juninho Pernambucano - após um período atuando no futebol dos Estados Unidos - e a chegada do volante argetino Guiñazu e a volta do lateral-direito Fágner davam indícios de que o Vasco evitaria o rebaixamento 'anunciado'.

Nesse momento, a sorte passou longe de São Januário. Logo na estreia, contra o Botafogo, Guiñazu sofreu uma grave lesão na coxa nos primeiros minutos de jogo e desfalcou o Vasco por quase todo o segundo turno. Para completar, o lateral Fagner acabou decepcionando com atuações abaixo da expectativa.

Com os resultados negativos se acumulando e a equipe marcando presença na zona de rebaixamento, a diretoria do Vasco escolheu trocar o comando mais uma vez. Adilson Batista foi o escolhido para tentar salvar o Cruz-maltino da degola, mas com pouco tempo para tirar a diferença da pontos para os adversários, acabou rebaixado à série B do Campeonato Brasileiro.

Falhas dos goleiros marcam a campanha do Vasco

A falta de um nome de segurança na meta vascaína acabou sendo um fator determinante para a queda do clube à série B. Após a saída de Fernando Prass, o Vasco escolheu manter o goleiro Alessandro como principal nome para 2013. O clube até tentou repatriar o ídolo Hélton, que acabou permanecendo no Porto-POR.

Sem um nome de confiança no gol, o Vasco acabou sofrendo as consequências durante toda a temporada. O preparador de goleiros Carlos Germano chegou a afirmar que o clube não precisava de um novo goleiro. Dentro de campo, porém, Alessandro, Diogo Silva e Michel Alves protagonizaram lances curiosos e falhas marcantes que acabaram custando caro para o Vasco.

Perda de mando de campo e mau aproveitamento em São Januário

O fator casa também fez muita falta ao Vasco este ano. O Estádio que é históricamente palco de grandes partidas do time da casa, acabou sendo pouco utilizado e também mal aproveitado. Foram apenas sete partidas na Colina Histórica e somente duas vitórias como mandante - sobre Portuguesa e Criciúma. O clube ainda sofreu uma punição - perdendo quatro mandos de campo - por conta da briga de torcidas no jogo contra o Corinthians, no Estádio Mané Garrincha.

Hora de recomeçar

Com a confirmação do segundo rebaixamento em cinco anos, após uma goleada dolorosa por 5 a 1 para o Atlético PR, resta ao Vasco recomeçar. Dessa vez, com o rival Fluminense ao seu lado. Os dois clubes cariocas fecham a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro 2013 junto com Ponte Preta e Náutico.

Fonte: Yahoo! Esporte Interativo
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