Dono da melhor campanha da Série B, líder do torneio, e a apenas quatro vitórias de garantir a sua volta à elite do futebol brasileiro, a fase vascaína não poderia ser melhor. Mas, nos bastidores, um fantasma ronda o departamento de futebol. A preocupação é que, para os jogos que antecedem a classificação para a Série A e a disputa do título, o clube perca o seu centro de treinamento.
Em outubro, a sentença do processo de despejo, que se arrasta há anos na Justiça, deverá sair. Pelo menos até o final deste mês, a diretoria ganhou um fôlego extra, porque a juíza responsável pela sentença tirou férias. Como Érica Batista de Castro, juíza da 1º Vara Cível da Barra da Tijuca, volta ao batente no início de outubro, a partir daí a qualquer momento o clube poderá ser despejado do CT por falta de pagamento.
É um processo simples e está mais lento que o normal. A sentença deveria ter saído em julho, mas está se arrastando. Mas meu cliente confia na Justiça garantiu Armando Micelli, advogado da Patty Center Serviços Patrimoniais, proprietária do CT.
No final de julho, aliados do grupo ligado ao empresário Olavo Monteiro de Carvalho ofereceram cerca de R$ 2,5 milhões para quitar de forma parcelada os aluguéis atrasados, que somam R$ 4 milhões. Além disso, o clube se disporia a arcar com as despesas do IPTU, que nesta terça-feira somam mais de R$ 5 milhões. Mas o proprietário do imóvel não aceitou receber R$ 1,5 milhão a menos. Após a recusa, a diretoria não apresentou nenhuma contraproposta e a negociação esfriou.
O clube vem buscando alternativas para a futura perda do seu CT. Um terreno na região de Jacarepaguá chegou a interessar, mas a negociação não foi à frente. Nesta terça-feira, o sonho de consumo do Vasco é um terreno no Recreio dos Bandeirantes que poderia até ser doado ao clube. Por enquanto o assunto é tratado a sete chaves, mas, nos bastidores, o negócio é dado como certo para o ano que vem.