Futebol

Dinamite cai nos braços da torcida

Rio - Exatos 11 meses após viver o dia mais negro de sua história, o Vasco está de volta à Série A. Na semana que antecedeu o retorno à elite do futebol brasileiro, o presidente Roberto Dinamite fez questão de ir à Igreja de São Jorge agradecer a graça alcançada. Devoto do santo guerreiro, o dirigente tirou um peso das costas.

O desgaste foi tanto que, na época do rebaixamento, passou a ter pressão alta e a usar calmantes para segurar o tranco. Mais sorridente que de costume, Dinamite contou como atravessou esse período de incertezas que colocou à prova a sua condição de ídolo.

“Você não imagina o desgaste emocional. Senti uma dor muito grande quando os torcedores se viraram contra mim, nas sociais no dia da queda. Mas, depois, o comportamento da torcida me surpreendeu. Hoje, as pessoas vêm falar comigo me agradecendo pelo que fiz”.

Dinamite conta que nem na época em que jogou recebeu tanto carinho. “Nunca vivi isso no Vasco e nem esperava que eles entendessem tudo o que aconteceu. Só posso retribuir fazendo com que o clube volte à Primeira Divisão para ficar e disputar títulos”, afirma.

O segredo da grande virada vascaína , segundo o dirigente, foi a contratação de uma equipe comprometida.
“A escolha da comissão técnica foi o ponto forte. Quase todo o plantel foi modificado. Poucos ficaram e veio um grupo novo, com espírito muito competitivo”.

Do atual elenco, Dinamite elogiou todo o grupo, mas destacou a importância do goleiro Fernando Prass, do lateral Ramon e, principalmente, do meia Carlos Alberto.

“Acho que o Carlos simboliza bem o grupo. Ele teve a humildade de jogar a Segunda Divisão no Vasco, mesmo podendo atuar em qualquer outro grande clube. Ele exerceu muito bem a liderança no grupo e tem o direito de pensar em Seleção”.

Clube sempre grande

Para Dinamite, outro fator que ajudou muito foi o fato de o clube não ter se apequenado. “Apesar das dificuldades financeiras tentamos dar aos jogadores todas as condições de um clube de Primeira Divisão. O futebol foi o carro-chefe da nossa gestão”, avalia.

Mas, fora das quatro linhas, os problemas continuam, como os atrasos de salários de funcionários. Questões que ele promete regularizar em 2010.

“Falta muita coisa a ser resolvida, e essa questão do salário me angustia muito”, admite Roberto Dinamite.
Para resolver parte dos problemas, o presidente vascaíno aposta no dinheiro da segunda parcela da cota da Eletrobrás, a receita da Penalty e, quem sabe, um novo parceiro para a manga da camisa.

“Temos um contrato com o Habib’s que está fora da realidade. Nosso jurídico está conversando com eles para os valores serem revistos”.

Em 2010, Roberto Dinamite projeta um cenário bem melhor para o Vasco. “Quero terminar este ano, se possível sendo campeão e fazendo um time mais forte para brigarmos por títulos”.

Fonte: O Dia
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