Dinamite comenta desistência do recurso ao STJD pelo Vasco

O Vasco tirou o time de campo. O Presidente do clube, Roberto Dinamite, declarou na semana passada que não queria atrapalhar o Campeonato Estadual, e o desejo do mandatário vascaíno foi atendido pela diretoria. O departamento jurídico do clube entrou com pedido de desistência do Recurso no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD/RJ) e, por consequência, da Medida Cautelar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no início da noite desta quinta-feira, dia 26 de fevereiro.

Para o Vasco, essa posição é favorável ao futebol carioca. O clube não quer ser considerado culpado por uma eventual paralisação do campeonato. No documento, o clube ressalta que os jogos das semifinais já aconteceram, que os torcedores compraram ingressos e que não quer ser responsabilizado pelo descrédito da competição.

\"Foi uma decisão em conjunto da diretoria com o departamento jurídico do clube. Seria prejudicial para o campeonato e entraria em conflito também com o Estatuto do Torcedor em várias questões. Por isso, achamos por bem desistir e focar nossa atenção só para dentro de campo\", declarou Roberto Dinamite, por telefone, ao site Justicadesportiva.com.br.

Fora das semifinais devido ao acontecido, o Vasco quer só pensar no segundo turno e o discurso entre jogadores, comissão técnica e dirigente parece estar bem ensaiado. \"O que nos interessa agora é o segundo turno. O Vasco quer mostrar sua força dentro de campo e isso que aconteceu serve de motivação para o grupo\", encerrou o Presidente cruzmaltino.

Entenda o caso:

O Vasco passou por dias tensos. Depois de confusão envolvendo o registro do meia Jéferson, o clube conseguiu uma liminar na Justiça do Trabalho para reativar o vínculo do jogador e, assim, poder escalá-lo. Porém, acabou denunciado por escalação irregular no jogo contra o Americano, por conta de Jéferson não estar no Boletim Informativo de Registro de Atletas (Bira) no dia da partida, na estreia da equipe no Estadual.

Julgado no artigo 214 (Incluir na equipe ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta que não tenha condição legal de participar de partida, prova ou equivalente) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) no último dia 12, o Vasco perdeu seis pontos após decisão por quatro votos a um, em favor da denúncia da Procuradoria do TJD/RJ. Inconformado com a decisão, o clube recorreu ao Pleno e sofreu nova derrota, no dia 17, por sete votos a um, negando o provimento do Recurso.

Na última quinta-feira, dia 19, o Vasco ainda tentou Efeito Suspensivo no TJD/RJ e uma Medida Cautelar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas só teve respostas negativas nas duas instâncias. Porém, a notícia de que poderia reaver os pontos após uma determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF e TO) causou uma grande confusão. No entanto, nada deverá ser feito a partir dessa última mudança, já que o Vasco poderia ser denunciado pelo STJD no artigo 231 do CBJD por ter recorrido à Justiça Trabalhista antes de esgotar as instâncias da Justiça Desportiva. O STJD, inclusive, comunicou o caso à CBF, que posteriormente o encaminharia a Fifa.

Na Justiça Desportiva, o Vasco aguardava a realização de um julgamento no STJD, após o pedido de Efeito Suspensivo ter sido negado pelo TJD/RJ. Mas, como desistiu do Recurso nesta quinta-feira, a sessão não mais será realizada.