A reação dos jogadores do Vasco em boicotar a concentração antes do jogo com o Bangu teve seu lado positivo. Curiosamente, quem fez a observação foi o presidente do clube. Ex-jogador, Roberto Dinamite comentou o episódio, admitindo estudar a possibilidade de permitir que os atletas relacionados passem a noite com a família e se reapresentam na manhã da partida.
Esta história foi boa por um lado. Mostrou que podemos abolir a concentração em outras ocasiões. É um caso a pensar. A gente pode se concentrar às vésperas de jogos importantes e liberá-los em jogos normais, declarou Dinamite, nesta quinta-feira, por ocasião do lançamento do terceiro uniforme do Vasco, em São Januário.
Dinamite passou quase 20 anos da sua carreira em regime de concentração. Sabe bem o que é deixar de ficar com a família em troca de intermináveis noites em hotéis pelo mundo afora para cumprir um protocolo às vezes questionado pelos atletas.
O objetivo da concentração é deixar os jogadores pensando exclusivamente na partida. Sem um controle sobre o que eles fazem na véspera, surge o medo de muitos deles estarem na noite, envolvidos com bebida e mulheres.
O atacante Alecsandro, artilheiro do time na temporada com três gos em três jogos, usou a vitória sobre o Bangu como exemplo. Mesmo sem se concentrar, o time, que se apresentou somente às 10h de quarta no hotel, venceu e mostrou comprometimento. Para o atacante, o modelo adotado na Europa pode ser copiado no Brasil.
Por falar eu Europa, Dinamite lembra que nem todos os clubes internacionais estão em dia, o que reforça a teoria dele e de Alecsandro de que a concentração pode ser repensada no Brasil.
Você acha que todos os clubes lá de fora não têm problemas? Lá fora também tem atraso! Essa questão da concentração pode ser revista. Mas isso é uma coisa pensada com muito cuidado, declarou o presidente vascaíno.