Administrar um clube à beira de uma implosão não é uma missão tão simples assim, principalmente para um iniciante. A séria ameaça de rebaixamento norteou a gestão de Roberto Dinamite desde que o ex-jogador derrotou o antecessor Eurico Miranda no pleito de junho. O time estava na nona posição, mas foi despencando vertiginosamente na tabela em meio a uma série de contratempos. Fato que faz o dirigente assumir sua mea-culpa.
\"No futebol, nem sempre a mídia conhece o potencial de um treinador. Alguns tiram um algo mais dos atletas e outros, de renome, nem sempre funcionam. O (Antônio) Lopes ganhou tudo no clube, mas naquele momento não estava funcionando. E o Tita foi uma aposta minha, por ser um técnico que passou pelo clube como jogador. Mas errar é humano, não é? Você não erra no seu trabalho?\", indagou Dinamite.
Entre alguns contratempos, o mandatário vascaíno viu a liberação de Morais para o Corinthians, declarações de Edmundo acusando companheiros de fazer corpo mole e troca de treinadores.
O clima tenso de toda essa atmosfera de crise levou o dirigente a decisões, que, segundo ele mesmo, podem não ter sido as melhores. Roberto não gosta de falar do passado. Diz que os problemas que enfrenta já tomam muito o seu tempo para reavaliar o começo de sua gestão.
Renato Gaúcho pretendia curtir os meses que restavam para o fim do ano ao lado da filha, Carolina, jogando peladas de futevôlei e tomando seu chopinho. Desgastado após a derrota do Fluminense na final da Libertadores, planejou férias. Mas foi convencido por Roberto, que lhe ofereceu um bom salário, a assumir o clube num momento delicado.
No fim da partida de domingo, contra o São Paulo, em São Januário, Renato, inconformado com a derrota por 2 a 1, desabafou na saída de campo com a frase: \"milagre só quem faz é o lá de cima\", dando a entender que não confia no elenco à sua disposição para fugir do rebaixamento.
Roberto tomou conhecimento da frase apenas na manhã da última segunda, mas minimizou o desânimo do treinador. Sinais de que o comandante está prestigiado com o cartola. Há duas rodadas, Renato disse com todas as letras que não abandonaria o barco, a menos que fosse demitido. Mas, se depender do presidente, o técnico cruzmaltino fica o fim. Aconteça o que acontecer.
\"Ele não tem culpa de nada. Faz um bom trabalho e motiva o grupo\", declarou Roberto.