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Dinamite: "Meu desejo é ser campeão da Libertadores"

O início foi mais difícil do que o imaginado. Após anos de luta para assumir o comando do Vasco, Roberto Dinamite viu suas escolhas darem errado nos primeiros meses. Recuperado do baque que foi a queda para a Série B do Brasileiro, o presidente reeleito - em pleito ocorrido na última segunda-feira - hoje voltou a ser somente sorrisos, principalmente porque enxerga um clube muito mais bem estruturado e em condições de fazer o torcedor \"não só sonhar, mas ter o direito de buscar e realizar esse sonho: ser campeão\" (veja o vídeo abaixo com a matéria que foi ao ar no SporTV News desta sexta-feira).

- Eu quero mais, o Vasco pode mais e nós vamos fazer de tudo para proporcionar esses momentos de alegria, como os da Copa do Brasil. Meu desejo é ser campeão brasileiro, da Libertadores, de tudo o que der - avisou Dinamite, evocando uma espécie de novo lema.

Confira abaixo a íntegra da entrevista exclusiva feita pela reportagem do SporTV News, na sala da presidência, em São Januário. Entre outros assuntos, o dirigente falou a respeito da manutenção do zagueiro e ídolo Dedé como parte do projeto para reforçar o elenco para 2012. Segundo ele, cúpula e comissão técnica já definiram que três a quatro jogadores vão chegar.

Retrospectiva do mandato

\"Eu sabia, na minha entrada, que seria um desafio muito grande viver num novo setor do Vasco. Mas as coisas aconteceram. Voltamos para a Primeira Divisão rapidinho, conquistamos agora a Copa do Brasil e o time está muito bem no Brasileiro. Vejo um horizonte muito bom. Demorou, foi dificil e sempre digo que foi a vontade, a determinação e a competência das pessoas envolvidas que trouxe o Vasco até aqui. Mudamos o quadro do clube - não o regime -, e o Vasco passou a ser visto de outra forma.\"

Relação com o torcedor

\"Após a conquista da Copa do Brasil, vivi um momento único. Até me emociono com isso, sou um cara que sinto as coias dentro do clube. Nunca vi uma manifestacão da torcida do Vasco assim, no que diz respeito à Copa do Brasil. Estavam (os torcedores) muito abalados mesmo. Joguei, fui campeão brasileiro e carioca e não enxergava isso, era outro momento. Então a responsabilidade aumenta. O torcedor abraça, chora, sorri, é muito legal. Falo isso agora porque vivi dentro do campo, à distância. Eu via de longe. Hoje a televisão mostra a reacão de cada um. Vivi como dirigente algo que não vivi como atleta. Ter essa aproxamação é muito bom, porque convivi também com momentos delicados (rebaixamento, em 2008). Mas mesmo nesse momento o torcedor do Vasco me deu uma credibilidade muito grande. Nao vivi só de conquistas e vitórias. Tive um apoio tão forte das pessoas. E hoje vejo uma felicidade só. Nao é só no aspecto do campo, a adminstração é reconhecida. E isso me envaidece, me enche de orgulho, mesmo sabendo que o torcedor quer um time ainda mais forte. Ele olha para Libertadores, mas nós estamos no Brasileiro. Queremos mais? Queremos. Podemos mais? Podemos. Mas temos de trabalhar com os pés no chão. O resultado de hoje é fruto daquele momento, daquilo que nós passamos para que fosse revertido. Não tínhamos condições de fazer uma equipe a nível do que o torcedor pensava. Mas tivemos um grupo que se doou. E hoje temos um time encorpado. Lembro que no ano passado ganhamos dois jogos fora no Brasileiro todo. Agora, já temos cinco com poucas rodadas.\"

\"Lançamento
Festejado, Dinamite lança loja oficial em Vitória: momentos que quer repetir (Foto: Guido Nunes/GE.COM)

Imagem e envolvimento do ídolo

\"Ainda não consigo separar o Roberto presidente do Roberto jogador. Num clube como o Vasco, o futebol é o carro-chefe. O Vasco tem uma história no remo, socialmente, mas temos consciência de que o futebol mexe com a paixão. Indo bem, pode-se pensar com mais tranquilidade. É muita paixão envolvida? Sim, mas estou mais tranquilo. Não preciso mais tomar remedinho antes do jogo (risos). Volto a dizer: é um trabalho coletivo. Não vou falar tanto de passado, eu olho para o futuro. O regime é presidencialista, mas tem pessoas que ajudam muito o Vasco, que me ajudaram em tudo. Dei sorte por ter essa equipe.\"

CT\"s e evolução na estrutura

\"Se você sair da nossa sala e der uma volta nas instalações, for ao vestário, for ver a nova loja que está sendo construída... é tudo em alto nível. O vestiário, eu nunca vi igual no futebol brasileiro e nem lá fora, apesar de ter parado há algum tempo. Nem o do Barcelona (risos). O patrimônio do Vasco tem sido reformado, aumentado. Nossa meta maior é o CT, tanto para base, como o time principal. Entendemos que esse trabalho é preciso. São Januário é só para jogo. O CT da base será em Maricá e o do profissional en algum local na Zona Oeste do Rio, na Barra da Tijuca. E num período de dois meses vamos dar o pontapé inicial (para a construção do CT da base). E existe a ideia do campo suplementar, para o pessoal estar treinando aqui, vivendo o clube e ter mais afinidade. Estamos recuperando um setor que fica acima do departamento médico também, que é aonde eu iniciei minhas concentrações no Vasco. Eles vão descansar, almoçar... Mas por mais que se queira ter tudo, não vai ser feito em menos de um ano. Então estar bem por aqui é importante também.\"

Valores altos no futebol

\"Até brinco com meu filho dizendo que, se voltasse 20 anos com esses números (época em que Dinamite ainda atuava), seria uma maravilha. Mas acho que faz parte do futebol, ele evoluiu. E ao mesmo tempo em que o clube paga, tem a valorização dos atletas, vai ter um retorno financeiro grande. O mais importante é cumprir com as nossas obrigações. Os patrocinadores também dão um suporte maior.\"

Dívidas e saúde financeira do Vasco

\"Posso dizer que a dívida ainda é grande. Mas a nossa administração já pagou mais de R$ 100 milhões (dos cerca de R$ 300 milhões apontados em balanços). E temos um controle. Mas é claro que precisamos de mais. Tudo o que está sendo feito de obras é através de parcerias. A área trabalhista, por exemplo, tem um percentual destinado mensalmente ao pagamento de dívidas. Tudo o queremos é equilibrar isso, entendendo que o futebol é o carro-chefe, mas as modalidades têm de ser auto-sustentáveis. Se hoje tivéssemos isso zerado, o Vasco já teria condições de viver com aquilo que tem de receita, de parceiros e de publicidade. Já teria vida própria. Mas eu tenho os compromissos e não posso fugir deles. Estou entrando no meu segundo mandato, e o presidente que virá vai ter ua vida muito melhor da que eu tive no primeiro momento. Eu quero sair com mais títulos. É a razão para eu estar aqui. Eu quero faixa de campeão, quero viver isso. É a melhor coisa do presidente, do torcedor. Se perguntar a qualquer um, a resposta vai ser que só quer ser campeão.\"

Planos para Libertadores de 2012

\"Claro, já estamos pensando em Libertadores. Temos um projeto que diz respeito a atletas que estão para vir. E outros que precisam permanecer. Quem chega, hoje em dia, tem contrato de dois ou três anos. Mas não posso sentar e dizer que está tudo tranquilo. Temos de correr atrás para cumprir com as obrigações, mas o clube de futebol vai levar algum tempo para poder recuperar isso. Por isso, coloquei no mínimo seis anos de trabalho, para oxigenar e fazer com que o outro que vier tenha condição de tocar com mais facilidade do que eu encontrei. O caminho está aberto, e a projeção de Libertadores está aí. Na conversa com nosso treinador, chegamos à conlusão de que precisamos de mais três ou quatro jogadores. Para ter um plantel de 30 jogadores de nível. Não cabe falar em nomes ainda, mas está sendo visto. É uma competição que exige um trabalho todo especial.\"

Manutenção de Dedé

\"Penso na importância que tem a manutenção de jogadores que estão se destacando. Numa retrospectiva da valorização do Dedé, ele evoluiu de uma foma tão grande, que o sucesso é fruto do que ele passou. Quando chegou, ele entrava num jogo e a torcida pedia para ele sair. O Vasco acreditou, ele esteve para sair, mas apostou também. E hoje o Dedé está no Vasco, vai continuar até o período que ele achar que deve continuar, e nós damos a condição necessária para isso. O mercado é importante? É. Mas hoje, no país dele, ele consegue ter o salário muito parecido com o que teria lá fora. Nem sempre o dinheiro é tudo na vida. Ele reconhece o que fizemos. Está vivendo o melhor momento da vida e tenho certeza de que vamos contar com ele.\"

Patamar atual da Seleção Brasileira

\"O Brasil continua renovando até bem, com grandes talentos, como Neymar, Ganso e o Dedé. Ele (Dedé) fez uma partida excepcional contra o Santos, se fizer cinco dessas não pode não estar na Seleção, porque também é um zagueiro diferenciado. Vejo o futebol brasileiro se reformulando, feliz com o caminho do talento ser retomado. Mas não basta só talento. O que evoluiu no futebol foi não só a capacidade física, mas colocar em mente o entendimento tático. Deve-se ter um time bem armado atrás também. O Brasil foi campeão várias vezes porque se estruturou defensivamente e usou o talento de quem é o melhor do mundo nisso. Fisicamente, vamos estar igual aos outros. É só pegar as equipes. Não precisa nem falar de 70 ou da minha geração que infelizmente não ganhou um mundial, mas era talentosa. Agora, em 1994 era a formação de um time bem postado atrás e usando Romário e Bebeto na frente. Depois com Ronaldo e Rivaldo lá na frente. Hoje, temos uma garotada que tem tudo para ajudar.\"

Lema e objetivo do segundo mandato

\"Dar continuidade às coisas que acertamos. E uma delas em especial: a autoestima, o carinho, a troca, tudo foi fantástico. A Copa do Brasil foi importante, queremos mais, mas não quero perder a chance de estar na rua, de estar em qualquer parte do país e receber o abraço do torcedor. Que ele possa ter o direito de sonhar e buscar e realizar esse sonho: ser campeão várias vezes. Eu quero mais, o Vasco pode mais e nós vamos fazer de tudo para proporcionar esses momentos de alegria. Meu desejo é ser campeão brasileiro, da Libertadores, de tudo. O trabalho por trás é bom, mas nada melhor do que o título pra dar o prazer todo especial.\"

Fonte: SPORTV
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